Início Geral A programação desta sexta-feira conta com o maior eclipse total da Lua

A programação desta sexta-feira conta com o maior eclipse total da Lua

Nesta sexta-feira, 27, o início da noite será especial se o tempo colaborar. Isso porque ocorre o maior eclipse total da Lua do século 21, fenômeno conhecido como Lua de Sangue e que poderá ser visto no Brasil, a partir das 16h30. O eclipse mais longo do século vai durar cerca de 1h45min, ou seja, o auge da beleza será visto por volta das 18h45min. Este eclipse ocorre duas vezes por ano com duração de 60 a 80 minutos ou menos tempo. O eclipse deve durar até às 20h29. 
Como ocorre um eclipse: O eclipse da Lua acontece quando o Sol, Terra e Lua ficam alinhados na mesma ordem. O Sol, iluminando a Terra, faz uma sombra no espaço em duas partes: a penumbra, que ainda revela raios do Sol, e a umbra que não recebe qualquer feixe de luz. “Quando a Lua, caminhando em torno da Terra, penetra totalmente na sombra escura ocorre o eclipse total”, completou a pesquisadora Josina Nascimento, do Observatório Nacional, em entrevista à Agência Brasil.
A Lua vai nascer na fase total do eclipse em toda a parte leste do Brasil a partir das 18h13, a partir deste horário a Lua começa a sair da sombra mais escura da Terra, iniciando o eclipse parcial que ocorre até 19h19. O fenômeno completo, que inclui a fase penumbral do eclipse, termina às 20h29. Segundo Josina, o eclipse total será visto por todas as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. “Depois que o sol se põe você tem a tonalidade do horizonte avermelhado que é causado pelos raios de sol passando pela atmosfera. Ou seja, mesmo sem ver o sol, ainda recebe um pouco dessa luz. Os tons vermelhos são os menos filtrados e acabam se destacando mais. O mesmo acontece no eclipse total da Lua. Quando está totalmente na umbra (sombra mais escura da Terra) que fica totalmente escura, mas ainda chega à Lua os raios solares que passam pela atmosfera da Terra. Passam os mais próximos do vermelho e ela fica com essa tonalidade”, explicou a pesquisadora.
Haverá ainda maior visibilidade do show celeste aos planetas que estão na mesma linha, como Marte que receberá destaque por estar desde o início do ano, brilhando e se destacando como um ponto vermelho ao lado da Lua. O pico desse efeito está previsto para o dia 3 de agosto, mas já é impossível ignorar a presença desse planeta visto a olhos nus. “Júpiter também estará no alto. Vênus está a oeste e Saturno estará entre Marte e Júpiter, na mesma linha, também muito brilhante mas menos que Marte.”

Programação Planetário Prof. José Baptista Pereira 
A UFRGS fará uma programação especial para acompanhar o eclipse. O Planetário Prof. José Baptista Pereira, o Observatório Astronômico e o Departamento de Astronomia do Instituto de Física, espaços que promovem ensino, pesquisa e extensão na UFRGS, prepararam em parceria atividades para acompanhar a maior aproximação de Marte desde 2003. 
Nesta sexta-feira, 27, o planeta Marte estará em oposição, momento em que ele terá brilho aparente máximo. Entenda: no jargão da astronomia, dois objetos são ditos em oposição quando eles estão em lados opostos do céu. No caso dos planetas do Sistema Solar, “oposição” normalmente se refere ao Sol. Por conta disso, a época da oposição é aquela em que o planeta, por estar do lado oposto ao do Sol, passa a noite inteira acima do horizonte. Essa configuração geométrica implica que nós vemos o planeta totalmente iluminado – como na Lua cheia – sendo a época em que o brilho aparente do planeta é o mais intenso. O momento de máxima aproximação normalmente não coincide com o da oposição, e a distância de máxima aproximação é variável. Isso se deve ao fato das órbitas dos planetas serem elípticas em vez de circulares. Além disso, a interação gravitacional entre os próprios planetas modifica suas órbitas de forma sutil, fazendo com que cada aproximação seja única. A aproximação de 2003 foi a maior em 60.000 anos, quando Marte esteve a 54,6 milhões de quilômetros. As distâncias de máxima aproximação podem variar de 54 a 103 milhões de quilômetros, e são menores em situações em que o planeta está próximo de seu periélio (menor distância ao Sol), como é o caso na que ocorrerá dia 31. A próxima aproximação periélica de Marte está prevista para acontecer somente em 2035. A ocorrência do eclipse lunar na mesma semana da oposição/aproximação de Marte é uma coincidência astronômica, já que ele depende apenas da configuração geométrica entre Terra, Lua e Sol. 
As pessoas interessadas em acompanhar os fenômenos têm uma série de opções nos próximos dias em Porto Alegre. As atividades contarão sempre com uma equipe composta por estudantes de física e astrofísica/pós-graduandos(as)/astrônomos e astrônomas profissionais, ligadas ao Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS. A programação terá lugar no Planetário Professor José Baptista Pereira (Av. Ipiranga, 2000, Campus Saúde), no Observatório Astronômico da UFRGS (Oswaldo Aranha, S/N, atrás do prédio da Engenharia, Campus Central) e no Observatório Campus do Vale (sobre o DAEF – Diretório Acadêmico dos Estudantes de Física, Campus do Vale). 
Programação para sexta-feira, 27:
Das 16 às 18h30 – Projeção de imagens do Eclipse Total Lunar – A Lua estará visível em Porto Alegre somente após o período da totalidade do eclipse, por esse motivo, será projetado em um telão imagens em tempo real de satélites e telescópios. 
Às 18h30 – Uma conversa sobre o Céu, Por que ocorrem os eclipses & Marte em Oposição com Miriani Pastoriza 
Das 19 até 21h – Observação de Marte com Telescópios -A observação só será possível se as condições estiverem ideais (céu limpo, não encoberto por nuvens). A atividade “Uma Conversa sobre o céu” tem como ideia estabelecer um diálogo entre o público e a Astrônoma.