
Sara Rohde
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A tarde desse domingo foi marcada por manifestações em Santa Cruz do Sul com caminhada em prol dos direitos das mulheres e homenagem a jovem Francine Ribeiro, assassinada nas imediações do Lado Dourado no Dia dos Pais. O ato pelo fim da violência foi organizado através do Facebook, por Marília Daniel e demais mulheres, e teve concentração na Praça Getúlio Vargas com saída pela Marechal Floriano em direção à Praça da Bandeira. No local, em frente ao Palacinho, foram realizadas conversas, demonstrações artísticas e discussões sobre a importância do feminismo, além da mostra de sapatos de mulheres assassinadas e vítimas da violência em Santa Cruz do Sul.
A caminhada contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas vestidas de preto e com símbolos das mulheres desenhados nos rostos. Durante passeata frases como ‘Francine, presente!’ e ‘mexeu com uma mexeu com todas’ foram citadas e cartazes e faixas com escritas de protestos como ‘somos todos Francine’, ‘basta de violência’, ‘não estamos pedindo um favor, e sim lutando por um direito’, ‘demonstre amor com as mulheres’, ‘tire seu machismo do caminho que eu quero passar’, ‘quero sair para passear e voltar para casa’, marcou a caminhada.
As manifestações contaram com representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Santa Cruz do Sul, Movimento Mulheres em Luta (MML), União dos Estudantes Santa-Cruzenses (Uesc), Sindicomerciários e estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Santa Cruz do Sul, Susana Gaab, o momento foi de manifestar a revolta de um assassinato bárbaro de uma jovem de 24 anos pelo simples fato de ela ser mulher. “A pergunta que fica é se a mulher tem o direito de ir e vir? Ela precisa viver presa como há séculos? Essa caminhada foi pra conscientizar as pessoas de que precisamos de políticas públicas que possam auxiliar e cuidar das mulheres, políticas públicas de segurança, políticas públicas nas escolas onde se ensina o respeito para que assim possamos viver em uma sociedade melhor”, destacou. Para construir políticas públicas, segundo Susana, é preciso ter recursos que venham desde o governo Federal, Estadual como Municipal, “todas nós estamos à mercê dessa violência, uma violência milenar que precisamos desconstruir”, destacou.
Conforme uma das organizadoras da manifestação, Marília Daniel, um grupo de mulheres do Facebook viu que existe uma grande necessidade de protestar contra a violência, “uma cidade tão pequena como Santa Cruz do Sul têm números absurdos de medidas protetivas e feminicídios, por isso viemos protestar, porque não vamos mais aturar esse tipo de violência, vamos pedir medidas públicas, além do problema estar na segurança, ele está na educação. Precisamos de atitudes, de atos e ações educativas anti-machismo e anti-seximo, para que o que aconteceu com a Francine, e acontece todos os dias com as mulheres no Brasil, não aconteça nunca mais.
Vera Cruz: Na cidade onde Francine morava também teve caminhada em homenagem à vítima e protestos contra a violência. Aproximadamente 600 pessoas saíram do centro e caminharam até o Lago Dourado. No local foi colocada uma cruz com o nome da jovem e a última foto postada em suas redes sociais.
Como ficou o Caso Francine?
As investigações sobre o assassinato brutal da jovem vera-cruzense Francine Ribeiro, estão a fundo. O corpo da vítima foi encontrado na segunda-feira, 13, pelos familiares em uma área de aproximadamente 500 metros de distância do Lago Dourado. Conforme a delegada titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), Lisandra de Castro de Carvalho, há grande possibilidade de ter ocorrido violência sexual, o principal motivo do assassinato. Francine morreu por asfixia mecânica e hemorragia interna.














