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Caminho longo pela frente

O período colonial brasileiro, antes da declaração da independência em 1822, caracterizou-se pela ausência de um projeto de sociedade. Esta questão estendeu-se para o período pós-independência e repercute até hoje. A falta de um projeto de sociedade provocou enormes desigualdades no País. Claro, houve governos que procuraram melhorar a situação dos mais pobres, mas esta ausência de projeto nos acompanha, nos persegue ainda na atualidade.


No século 20, um dos estudiosos mais relevantes a respeito da sociedade brasileira, foi o historiador e filósofo paulista Caio Prado Júnior. De corrente marxista, Prado Júnior apontou a problemática do sistema colonial. Entre as características desse sistema, o Brasil colônia tinha como função servir interesses econômicos externos, fornecendo bens primários para atender ao País colonizador, Portugal.


Segundo Prado Júnior, o Brasil colônia era uma vasta empresa comercial e, por isso, ficava evidente a ausência de um projeto de sociedade. Hoje, olhando para o País atual, esse projeto continua em falta. Uma das chaves para entrarmos em outro patamar social é, sem dúvida, a educação. Nas últimas décadas, ocorreram avanços, mas estamos distantes de uma realidade aceitável em termos educacionais.


Do ponto de vista econômico, as iniciativas que mais deram certo no Brasil, valorizaram o mercado de consumo e o desenvolvimento internos. Portanto, é essencial que o País cultive boas relações internacionais, mas dê prioridade à economia interna e à educação, aprimorando o sistema público de saúde e outros aspectos que estão longe de uma excelência. Há um caminho longo pela frente.