SuilanConrado
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Cerca de 550 pessoas se reuniram no pavilhão central do Parque da Oktoberfest,em Santa Cruz do Sul, na tarde da terça-feira, 9 de julho, para participar do 5º Ciclode Conscientização sobre saúde, segurança do produtor e proteção dacriança e do adolescente, promovido pelo SindicatoInterestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), empresas associadas eAssociação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
Rolf Steinhaus

Mais de 500 pessoas participaram do evento na tarde da terça-feira, 9, em Santa Cruz do Sul. Hoje, é a vez de Arroio do Tigre sediar o encontro
Durante a abertura do evento, o presidente do SindiTabaco,Iro Schünke, reforçou a importância dos Ciclos para fortalecer ações de sustentabilidade entre os produtores de fumo. “Os gaúchos sãoos maiores produtores de tabaco no Brasil e devem estar atentos àsquestões de produção sustentável. Exportamos mais de 85% da produção, paramais de 100 países, por termos um produto de qualidade e integridade. Estamos aqui para cumprir a legislação, orientar osfumicultores e proteger as crianças e adolescentes,mas também para proteger onosso negócio”, frisou.
Rolf Steinhaus

Iro Schünke: orientar os fumicultores e proteger o próprio negócio
Presente no encontro, o prefeito de Santa Cruz Telmo Kirst (PP) salientou que nunca teve receio em defender o fumo. “A cadeia produtiva de tabaco é muito maior do que uma Ford, ou uma GM (General Motors). Ela é a grande geradora de empregos e propulsora do desenvolvimento de nossa região”, manifestou o líder municipal.
Rolf Steinhaus
Telmo Kirst: a cadeia produtiva de tabaco é muito maior do que uma Ford, ou uma GM
Os tempos mudaram
Durante o seminário, o procurador do Trabalho (MPT/PRT 4ª Região), Veloir Dirceu Fürst, conversou com os produtores sobre as mudanças da legislação que envolvem o trabalho infantil. De acordo com ele, a partir de 1988, aConstituição passou a prever a proibição do trabalho de menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, aos 14 anos, com acompanhamento específico. Em algumas culturas, entretanto, como no tabaco, o trabalho é proibido até os 18 anos. “Antigamente era comum e motivo de orgulho os filhos trabalharem. Mas os tempos mudaram e hoje, seguindo recomendações de convenções mundiais, o tabaco está na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos”, informou.
Rolf Steinhaus

Veloir Dirceu Fürst: a única obrigação dos filhos é a escola
Füsrt também falou aos produtores sobre a diferença entre trabalho infantil e convivência familiar. Segundo ele, algumas atividades são permitidas, desde que não vire rotina. “Trabalho infantil ocorre sempre que crianças (até 12 anos) ou adolescentes (12-18 anos) substituem a mão de obra de um adulto. Os pais costumam argumentar que os filhos precisam aprender a atividade praticando-a. Mas e se o pai fosse um caminhoneiro? Permitiria que o filho dirigisse? Provavelmente não, porque é proibido. Os filhos podem ter gosto pela atividade pelo exemplo dos pais, e podem acompanha-lhos, mas não como uma obrigação. A única obrigação dos filhos é a escola”, argumentou.
Lembre-se
– Não utilizar mão-de-obra de crianças e adolescentes menores de 18 anosno cultivo do tabaco (plantio, pulverização, colheita, secagem ecomercialização);
– Crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos com ensino fundamentalincompleto devem frequentar regularmente a escola, em turno e contra-turno(nas localidades onde houver);
– O produtor deve entregar à empresa com aqual mantiver contrato decompra e venda de tabaco o atestado de matrícula e de frequência escolar.
Ciclos
O 5º Ciclo de Conscientização faz parte do programa Crescer Legal, que temo objetivo de prevenir e combater o trabalho de crianças e adolescentes nacultura do tabaco. Esta é a quinta edição do evento, que já percorreu 27cidades da Região Sul do Brasil, reunindo 10,3 mil pessoas. Além dosseminários, os temas são abordados em campanhas veiculadas por emissorasde rádio e TV, cartilhas de orientação e capacitação dos orientadoresagrícolas por entidades credenciadas. O próximo encontro acontece nesta quinta-feira, em Arroio do Tigre no Clube 25 de Julho (Rua 25 de Julho, 630).
Rolf Steinhaus
Produtores lotaram pavilhão central do Parque da Oktoberfest para participar do 5º Ciclo de Conscientização














