
Sara Rohde
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O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) realiza a partir do próximo sábado, 23, a Semana da Não Violência Contra a Mulher. Serão dois dias de intensas atividades com início de ato público na Praça Getúlio Vargas, das 9 às 12 horas, onde haverá reflexão sobre a data e apresentações dos serviços da rede de atendimento às mulheres em situação de violência. No dia 25 de novembro haverá o XVI Seminário de Articulação da Rede de Atenção às Mulheres com o tema ‘Acolhimento Humanizado Direcionado à Mulher’. A convidada é a psicóloga Angela Alenice Rothmund, professora de Psicologia na Unisc, mestre em Educação, especialista em avaliação psicológica e psicodiagnóstico e Psicóloga Clínica com atendimento a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência. O evento será no Auditório do Sindibancários com credenciamento às 13h30 e abertura às 14 horas. A entrada é franca, mas podem ser doados materiais de higiene pessoal que serão destinados às detentas do Presídio Regional. Na ocasião também será realizada apresentação cultural.
Conforme a presidente do CMDM, Iara Bonfante, “no sábado durante atividade na Praça Getúlio Vargas, vamos falar do porque da data e vamos conversar com as pessoas explicando que é possível sair da violência, sobre a rede de atendimento que temos no município em que mulheres podem e devem procurar. Na segunda-feira, 25, durante seminário, a psicóloga Angela vai falar sobre o acolhimento das mulheres vítimas de violência em vários locais em que elas vão, a relação com os familiares, entre outros assuntos relevantes. Vai participar toda rede que trabalha com violência doméstica”, explicou Iara.
A programação especial é alusiva ao Dia Internacional de Não Violência Contra a Mulher, realizado mundialmente em 25 de novembro. A data refere-se aos assassinatos das Irmãs Mirabal (Patria, Minerva e María Teresa) em 1960. O ato cruel ocorreu na República Dominicana, no regime Ditatorial de Rafael Trujillo que centrou a sua liderança no anticomunismo e na repressão contra os opositores por mais de 30 anos, de 1930 a 1961.
Minerva foi a líder de um movimento de oposição ao regime e em 25 de novembro seu corpo foi encontrado dentro de um jipe, junto com os corpos de suas irmãs. Na época foram massacrados de 15 mil a 20 mil haitianos, por isso e também pela luta constante a favor dos direitos humanos, que as irmãs foram resistentes e se opuseram ao regime.
De origem de família rica, com formação acadêmica, casadas e mães, as irmãs eram conhecidas como as Las Mariposas (Borboletas). As três foram espancadas, enforcadas e atiradas dentro de um veículo em um precipício para que as pessoas achassem que tivesse ocorrido um acidente. A luta delas ficou registrada na história e desde então é lembrada e debatida mundialmente. Como disse Minerva, “se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte”.
A escolha da data se deu em 1981, em Bogotá – Colômbia, no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe. Em 1999 a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 25 de novembro como o Dia Internacional de Não Violência Contra a Mulher.
Segundo Iara, em alusão a data nos dois dias de evento serão discutidos os direitos da mulher atualmente. “Também vamos fazer a referência da data com o mundo atual, já que hoje ainda sofremos ataques, ganhamos menos, somos julgadas se não tivermos aquela aparência padrão, sofremos cada vez mais, tudo isso vamos discutir no evento, pois apesar de todos os avanços e tecnologias, nós mulheres ainda sofremos muita discriminação”.














