SuilanConrado
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O caso do recém-nascido encontrado morto na manhã do dia 1 de junho de 2012, em Santa Cruz do Sul, foi desvendado. Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 12 de julho, a delegada responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA),Lisandra de Castro Carvalho, apresentou a conclusão do inquérito, que detalha como a mulher deu a luz, matou e enterrou o bebê.
Após ter engravidado durante uma relação extraconjugal, asafrista de 34 anos, que não teve o nome revelado, escondeu a gestação da família alegando que tinha um cisto na barriga. Disposta a não ficar com a criança, na noitedo dia 31 de maio, enquanto uma das filhas dormia e a outra escutava música no quarto, ela deu a luz um menino no banheiro de casa, depois o cobriu com sacolas plásticas e o escondeu no carro da família, na garagem.
O marido trabalhava a noite, e por isso não estava na residência. Ao amanhecer, ela pegou um baldee uma enxada, e chamou as filhas para que a acompanhasse até a trilha que liga o bairro Rauber à BR–471, dizendo às meninas que enterraria um gato.
Na mesma manhã, uma moradora da área e seu neto foram recolher lenha perto do campo de futebol da redondeza e passaram pela trilha, usada corriqueiramente para jogar lixo. Foi quando o adolescente viu uma área coberta de galhos secos, com a terra revirada.
Curioso, o garoto empurrou a terra solta com um facão para ver o que havia no buraco. Foi quando avistou um tufo de cabelo saindo de dentro de uma sacola. Ao puxar o saco plástico, viu que se tratava de um bebê. O corpo estava enterrado a pouco mais de dez centímetros de profundidade. Imediatamente o adolescente chamou a avó, distante alguns metros, que o mandou correr e avisar a polícia.
AGIU DE CASO PENSADO
A delegada Lisandra coloca que a mulher passou por uma série de testes psiquiátricos durante a investigação, já que havia a hipótese de ela ter agido em estado puerperal, também conhecido como depressão pós-parto, quando a mãe da a luz e se volta contra o próprio filho. Entretanto, as analises do Instituto Psiquiátrico Forense revelaram que a mulher fez tudo de caso pensado, em pleno gozo de suas faculdades mentais.
Lisandra ainda explica que ela se enquadra nos crimes de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver, motivo torpe e asfixia, já que a “causa mortis” do bebê, segundo necropsia, foi por falta de ar. “É uma situação que choca, que revolta. Levou mais de um ano, mas este tempo foi necessário para juntar as provas, ligar os fatos e obter êxito no caso”, esclarece Lisandra.A mulher é ré primária e, se condenada, poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Rolf Steinhaus
Delegada Lisandra Carvalho: agir com cautela para obter êxito














