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Democracia para incluir

A construção democrática é longa, mas devemos persistir nela. Nos últimos tempos, o Brasil tem vivido turbulências, em uma disputa que envolve o Poder Executivo e o Poder Judiciário, colocados como antagonistas.

Esperamos que, desse confronto, a democracia possa sair fortalecida, pois o Brasil possui grandes diferenças sociais, e somente com a democracia poderemos reduzir essa desigualdade.

Nossa democracia é jovem, não possui sequer 40 anos, nossa Constituição democrática é ainda mais jovem. Embora tudo isso seja recente em termos históricos, podemos afirmar que o Brasil passou por transformações positivas nas últimas décadas, mudanças decorrentes da construção democrática. Se houve maior inclusão social, muito se deve à democracia iniciada em 1985 e à Constituição de 1988.

A inclusão se tornou possível a partir da democracia, que possibilita maiores direitos à população. Como somos jovens nessa prática, é claro que ainda vivemos sob uma “democracia disjuntiva”. A palavra “disjunção” significa “separação”, “desunião” e indica que nosso sistema democrático ainda é falho. Pois, no Brasil, o Estado e os direitos estão ausentes para uma parcela significativa da população, embora tenham acontecido avanços, que devem ser ampliados.

Mas a inclusão, os avanços, só continuarão e se ampliarão se a democracia tiver continuidade. Esperamos que a disputa entre Executivo e Judiciário possa se resolver logo, pois a convivência harmônica entre os Poderes é essencial para que a democracia prospere. A população brasileira, depois de tantas injustiças ao longo de séculos, merece viver melhor, através da inclusão social, tão necessária.