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Deputados propõem meia-entrada universal

Deputados do partido NOVO protocolaram o projeto nessa segunda, dia 17

GrasielGrasel
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Um projeto recentemente protocolado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS) deverá ser alvo de muita discussão. Os deputados estaduais do partido NOVO, Giuseppe Riesgo e Fábio Ostermann querem estender o benefício da meia-entrada a todos os residentes no Estado, de modo a inviabilizar o benefício e padronizar os preços de ingressos de eventos culturais, esportivos e delazer.
Como a lei da meia-entrada é nacional e, portanto, não pode ser revogada apenas no Estado, os deputados entenderam que poderiam utilizar um dispositivo permite que seja definido localmente quais tipos de público têm acesso ao benefício. Conforme consta na justificativa do projeto, o resultado da mudança supostamente traria preços mais justos para o público em geral.
Em conversa com o Riovale Jornal, o deputado Fabio Ostermann explicou que o projeto faz justiça com pessoas mais pobres que não são idosas ou estudantes, mas que gostariam de ter mais acesso a eventos culturais. “Para se ter uma ideia, Jorge Gerdau (presidente do Grupo Gerdau), tem direito à meia-entrada porque é idoso e a faxineira aqui na Assembleia não tem, porque não é estudante ou idosa”, exemplificou.

Administradora apoia proposta
Para a administradora dos dois cinemas de Santa Cruz do Sul, CristchieBechert, o projeto de lei seria benéfico tanto para os produtores culturais quanto para a população. Ela afirma que uma padronização dos preços traria maior previsibilidade para o caixa das empresas, o que permite que o preço do ingresso baixe para “um meio termo”, levando mais pessoas para as salas de exibição e garantindo um maior acesso à cultura.
Cristchie explica que há poucos anos o número de pagantes de meia-entrada era muito menor do que os que pagavam o ingresso cheio, no entanto, atualmente cerca de 75% do público utiliza o benefício, o que obrigou uma elevação nos preços e uma diminuição no público. “Hoje eu preciso cobrar R$ 20 na inteira e R$10 na meia. Se eu conseguisse fazer a R$ 12 para todos eu teria mais clientes”, disse.
Outro problema que atinge os cinemas santa-cruzenses é a quantidade de documentos falsificados e clientes que exigem o benefício sem comprovarem que possuem o direito. “A gente se sente indelicado em ter que pedir para a pessoa trocar o meio ingresso por um inteiro quando ela não consegue comprovar que possui o direito”, diz Bechert, alegando que problemas assim são comuns.

UESC prevê impactos reduzidos
A presidente da União dos Estudantes Santa-cruzenses (UESC), Giuliana de Castro Paulus, acredita que, embora fraco, o impacto será sentido pela entidade provavelmente no número de sócios e carteirinhas emitidas.“É provável que vá diminuir (o número de sócios), porque a maioria das pessoas faz a carteirinha em função dos descontos no cinema e naOktober”, explicou.
O fator que faz Giuliana acreditar que os prejuízos serão diminuídos é que, além da meia entrada em eventos culturais, a carteirinha da UESC também dá descontos em lojas e serviços de Santa Cruz do Sul, o que a torna mais atrativa do que outros modelos de documentos estudantis.