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Dia do Contador: Uma rica história marca a profissão

O dia 22 de setembro de 1945 marcou a criação do primeiro Curso de Ciências Contábeis em território nacional, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Decreto-lei nº 7.988, que marcou o surgimento do curso, foi assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. Este fato histórico levou à instituição do Dia do Contador, comemorado em 22 de setembro. É o Dia do Bacharel em Ciências Contábeis, profissional com formação no ensino superior.

Antes do decreto assinado por Vargas, existiam dois cursos técnicos: o de Contabilidade e o de Contador, mas nenhum possuía validade de ensino superior. Em 1945, foi determinada a criação de um curso com duração de quatro anos. O regime da formação era anual e, nos três primeiros anos, o aluno deveria cursar cinco disciplinas (a cada ano). No quarto e último ano de estudo, eram ministradas seis disciplinas.

A atividade contábil é de extrema relevância para a sociedade e para a economia, desenvolvida desde as primeiras manifestações humanas. Ela se origina da necessidade social de proteção à posse nos primórdios da civilização, passando pelo mundo medieval. E foi na Idade Média que ocorreu a publicação do ‘Tratactus de Computis et Scripturis’ (Contabilidade por Partidas Dobradas), de autoria do Frei Luca Pacioli. A obra foi decisiva para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

Outro marco significativo da atividade contábil remete ao ano de 1840, quando foi publicada ‘La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche’ (Contabilidade aplicada à administração privada e pública). Este trabalho realizado por Francesco Villa foi premiado pelo governo da Áustria, considerado a obra máxima que fundamentou a ciência da contabilidade nos âmbitos público e privado. Também no século 19, o Brasil viveu episódios históricos nesta área. A vinda da Família Real Portuguesa, proporcionou a constituição do Erário Régio ou do Tesouro Nacional e Público, juntamente com a fundação do Banco do Brasil, em 1808.

Segundo o contador multipremiado Marcelo dos Santos, em artigo publicado no site ContaAzul, “o contador do futuro acompanha o novo perfil que nasce da economia criativa e colaborativa, sendo altamente produtivo, com alto valor agregado e alta fidelização. Os vetores que movem o contador para o futuro são o uso da tecnologia, a aproximação com o cliente e a relação preço e valor”.

Dia do Contador Ž comemorado em 22 de setembro: homenagem merecida aos profissionais formados no ensino superior

Alguns aspectos caracterizam “o contador do futuro”, conforme Marcelo. Um deles é o uso intensivo de tecnologia. Assim, a ideia é reduzir custos, aumentar a produtividade e a rentabilidade. Outro foco: posicionamento de mercado, com o objetivo de oferecer serviços específicos para o segmento escolhido. O atendimento ao cliente acontece, em grande parte, por meio de canais digitais. Em um sentido geral, “o contador do futuro” procura fazer diferente e de maneira inteiramente nova.

DUAS DATAS IMPORTANTES

No dia 22 de setembro, comemora-se o Dia do Contador, e no dia 25 de abril a celebração é feita para o Dia do Contabilista. Duas datas importantes, mas diferentes. Qual é a explicação para quem não está familiarizado com a atividade contábil? Vejamos, então, a diferença. O termo “contador” está relacionado aos profissionais com formação superior. Quando falamos em “contabilista”, o termo refere-se ao tecnólogo em contabilidade.

Seja o profissional tecnólogo ou graduado em curso superior, a importância desses profissionais é essencial dentro das empresas e organizações. Estes profissionais, sem dúvida, possuem um papel fundamental na sociedade como um todo.

NOMES HISTÓRICOS

Alguns nomes são históricos na atividade contábil e servem de referência para os profissionais da atualidade. Um deles foi João Lyra Tavares. Em 1914, ele estudou a reorganização da Contabilidade do Tesouro Nacional.

Outro nome relevante (citado acima, nesta matéria) é Luca Bartolomeo de Pacioli, conhecido como “pai da contabilidade moderna”. O frei Luca Pacioli foi um monge franciscano nascido em 1445, na Itália. Sua principal teoria, revolucionária, é relativa ao débito e crédito.

Já Eliseu Martins foi considerado um dos mais influentes profissionais da área contábil no Brasil. Representante da escola norte-americana de contabilidade, foi responsável por reformular o currículo do curso de Ciências Contábeis na década de 80, em âmbito nacional.

Antônio Lopes de Sá, outro brasileiro, coordenou nove congressos internacionais e ajudou a criar a maior corrente científica sobre contabilidade. Representou o Brasil no Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU).

Entre outros grandes nomes que podem ser citados, está o de Ana Maria Elorrieta. Ela foi eleita uma das 50 pessoas mais influentes na área de contabilidade pelo Global Accountancy Power 50. Também foi reeleita membro oficial do Conselho da Federação Internacional de Contadores, o IFAC.