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Em tempos difíceis, o olhar para o outro

Servidora pública apadrinha idosa residente da Asan e demonstra carinho e empatia no Natal

Luciana Mandler
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2020 foi um ano em que as pessoas tiveram que aprender a se reinventar. Mais do que isso, foi um ano em que a empatia pelo próximo precisou ser ainda mais exercitada, pois tem sido meses difíceis para todos. Em meio à pandemia de Covid-19 houve medo, preocupação, mas nunca faltou esperança e perseverança.


Em meio a todo caos, foi possível perceber o quão as pessoas são solícitas aos chamados de solidariedade. E não foi diferente na Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), que neste ano realizou a 5ª edição da campanha de Apadrinhamento de Natal.

Na ocasião, os 77 residentes do lar foram apadrinhados por diferentes pessoas, que ficaram responsáveis pela compra dos presentes. Grace Gibb, de 55 anos, que mora no Bairro Santo Inácio, participou pela primeira vez da campanha e se sentiu realizada.


Ela conta que já tinha tentado participar no ano anterior, mas não foi ágil o suficiente para ser a primeira a ligar para a Asan. “Neste ano fiquei de olho no Facebook, no dia e hora marcados para início das postagens das fotos dos vovôs e vovós”, conta.


A santa-cruzense que é servidora pública revela que sempre participou de outras ações solidárias, porém, com idosos, esta foi a primeira vez. “Assim que tomei conhecimento da ação achei bem bacana e diferente, fiquei com vontade de participar”, diz. Quando iniciaram as postagens, Grace deixou sua intuição a guiar. “E apareceu esta vovozinha, que chamou muito a atenção”, recorda”. A vovozinha era dona Celi é cadeirante e tem problemas neurológicos. Devido à pandemia, não foi possível promover um encontro entre Grace e a dona Celi. Mas, a servidora pública recebeu um telefonema da Asan para ser informada sobre o pedido de Celi.


A entrega dos presentes aos residentes da Asan foi realizada na tarde da última segunda-feira, 21, em uma confraternização simbólica entre eles e funcionários. Além da presença do Papai Noel (em que um funcionário se vestiu de Bom Velhinho), os idosos receberam um lanche especial.


Para Grace, poder dar um pouco de alegria, demonstrar que a pessoa é importante e querida é muito gratificante e emocionante. “Acho que é se importar com o outro. Sair do nosso mundo e olhar para o lado”, reflete. “Escolhi os presentes dela com todo o carinho e cuidado e assim que essa pandemia passar, vou querer conhecer a vó Celi pessoalmente”, adianta.


Apesar de achar que inicialmente a campanha não seria realizada devido às restrições e medidas de segurança para manter a saúde dos residentes, a auxiliar administrativa da Asan, Fátima Moraes, alegra-se com este momento. “É uma bênção poder, em um ano tão difícil, presentear e proporcionar um momento de felicidade a eles”, agradece. “Somos abençoados, pois mesmo com a crise e a pandemia, mesmo receosos com a situação, tivemos pessoas que auxiliaram e apadrinharam todos nossos vovôs e vovós. Conseguimos fazer esta ação e isso é um gesto de carinho e de amor”, sublinha. “Pudemos mostrar a eles que não foram esquecidos”, finaliza Fátima, enaltecendo que é possível ter empatia pelo próximo.