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Faller protocola pedido de CPP contra vereadores

Faller entregou pedido de 19 páginas sobre o caso de Crestani e outro de 31 sobre Schneiders

GrasielGrasel
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A Câmara de Vereadores deverá voltar a debater sobre mais um pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar Processante (CPP) na sessão da próxima quarta-feira, dia 26. Dois documentos foram protocolados na tarde da terça, 18, pelo vereador Bruno Faller (PDT), solicitando que a Câmara investigue as acusações contra Alceu Crestani (PSDB) e Elo Schneiders (Solidariedade), ambos denunciados pelo Ministério Público, por supostamente recolherem parte dos salários de seus assessores e cometerem outras irregularidades.
O pedido do pedetista pela instalação de uma CPP contra os vereadores é o terceiro a ser protocolado. Na semana passada, o PSDB, ex-partido de Crestani, também entregou o documento à Câmara, mas ele foi amplamente rejeitado no plenário por falta de embasamento jurídico, especialmente pelo fato das acusações terem sido referidas “de maneira genérica”, segundo parecer. 
Desde a rejeição do pedido protocolado pelos tucanos, decisão tomada na última segunda-feira, 17, um clima bastante pesado pairava sobre a Câmara, que acabou sendo bastante criticada pela opinião pública. Acreditando que era uma obrigação do Legislativo abrir o processo contra os vereadores, em resposta às manifestações da comunidade, o vereador Faller resolveu assumir o compromisso. “Ficaria muito ruim se nós estivéssemos tapando o sol com a peneira”, disse.
Faller afirma que passou os últimos dias trabalhando com sua equipe para elaborar um pedido que esteja de acordo com todas as regras, as quais são definidas por um decreto/lei que o vereador classifica como “muito complicado e disperso”. Uma das normas, inclusive, é que o autor seja impedido de votar e participar dos tramites do processo por ser classificado como “acusador”. Um suplente será convocado para substituir o pedetista no decorrer da CPP.
Embora seja esperado que novos pedidos também serão protocolados por outros partidos ao longo da semana, Faller afirma que não irá retirar o seu para poder votar e participar do processo, pois a elaboração do documento teria sido muito trabalhosa. “Nós tivemos que passar o final de semana todo trabalhando nisso. Entendemos que o trabalho está feito de acordo com o que o decreto/lei define”, afirmou.
Alceu Crestani é acusado pelo Ministério Público pelos crimes de concussão e peculato, ambos cometidos através da prática da chamada “rachadinha” e outras irregularidades. Já Elo Schneiders responde aos mesmos delitos, mas também por organização criminosa, pois outras três pessoas são acusadas no mesmo caso, que envolve suposta utilização de veículos da prefeitura em atividades particulares.

Pedido de cidadão também será votado
Como a próxima segunda-feira será de feriado de Carnaval, a próxima sessão ordinária ocorre na quarta, dia 26, quando,além do pedido de Faller, também deverá ser votado o pedido do cidadão Jeferson Peres da Silva, que vê sua atitude como uma obrigação da própria comunidade. “É uma questão que afeta diretamente nosso dia a dia, porque a política a gente vive no trabalho, em casa, com todo mundo. Foi uma indignação minha pela omissão da Câmara”.
O eleitor afirma saber que seu pedido não será aceito pelo mesmo motivo pelo qual foi rejeitado o do PSDB, falta de embasamento jurídico, pois seu documento também era bastante simples. Justificando, Silva afirma que entende ser um problema a dificuldade para ter acesso aos documentos encaminhados à Câmara, o que afasta possibilidades de novas solicitações de CPP por parte da sociedade civil. Ele também garante que deverá protocolar outro documento nos próximos dias, dessa vez mais completo.
Silva afirma que possui filiação partidária e que não pretende concorrer nas eleições deste ano, no entanto, não descarta a possibilidade de disponibilizar seu nome a uma legenda. “Quem sabe no futuro, com as atitudes que as pessoas estão demonstrando, eu possa mudar de ideia, pra tentar melhorar um pouco mais as coisas”, concluiu.