Início Política Governo municipal: Prefeito anuncia reforma administrativa

Governo municipal: Prefeito anuncia reforma administrativa

A palavra de ordem é poupar. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 14, o prefeito de Santa Cruz do Sul, Telmo Kirst, foi categórico. Ainda pela manhã, ele enviou à Câmara de Vereadores um pacote de medidas que têm por objetivo a contenção e a racionalização dos gastos públicos. Dentre essas, a principal trata da reforma administrativa que busca atingir um corte de gastos na ordem de R$20 milhões em quatro anos de governo. O projeto de lei enviado prevê uma redução significativa nos cargos de confiança, os chamados CC`s. Em contrapartida propõe-se a valorização dos servidores pela transformação de 93 cargos de confiança em funções gratificadas, que são de uso exclusivo dos servidores de carreira.
De acordo com a proposta encaminhada, dos 208 CC`s mantidos no governo anterior, restariam apenas 115. A economia ao final do governo superaria os R$14 milhões. Segundo Telmo o preenchimento dos cargos acontecerá de forma gradual, de acordo com a necessidade da administração.
“Se levarmos a efeito o que estamos pretendendo, dentro de um ano teremos uma prefeitura recuperada para investir com recursos próprios, sem necessidade de financiamentos”, avaliou. Para levar adiante o propósito de economizar o máximo possível, o prefeito vai dar o exemplo, abrindo mão dos vencimentos a que teria direito, um salário mensal de R$ 24.133,40, e optando pela aposentadoria. A proposição também reduz o salário da vice-prefeita, que acumula o cargo de secretária, resultando só nesta função em uma economia de R$10.345,27 mensais.

Divulgação/RJ

Telmo Kirst: investir com recursos próprios, sem necessidade de financiamentos

Junto com o pacote encaminhado à Câmara, o prefeito enviou expediente sugerindo a redução e a fixação do salário do chefe do Executivo em não mais que R$16 mil e de R$14 mil para a vice-prefeita. Além dessas medidas, a linha dura segue em tarefas e procedimentos de rotina e ações de menor porte. Uma dessas determinações é o corte dos aparelhos de telefone celular. De 173 celulares serão cortados 135, incluindo todos os secretários, CC`s, vice-prefeita e até mesmo o prefeito. “Todos vão arcar com os custos do seu celular. Não importa se 5, 10, 20, 100 ou um milhão de reais, tudo é economia”, afirmou. Os celulares ficarão restritos aos setores essenciais, como segurança pública, saúde e transportes e serviços públicos e as centrais telefônicas que gerenciam as ligações de todas as áreas da administração.
Também com a redução das secretarias, de 15 para 12, deve ser significativa a economia com telefone, aluguéis, combustíveis, materiais de expediente e outros. O próprio gabinete do prefeito vai centralizar as autorizações para as viagens dos secretários à capital e outras cidades. “Não quero mais que se gaste com o que não é necessário. Não tem cabimento irem três secretários em um mesmo dia para Porto Alegre, em veículos diferentes”, disse.

Agersant
Também foi encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de extinção da Agersant. O prefeito argumenta que ao longo dos anos Santa Cruz do Sul vem perdendo sua capacidade de investimentos e que o problema só aumenta cada vez que se cria uma nova estrutura. “É menos recurso para a saúde e educação”. Ele explica que 260 municípios do Estado mantêm convênio com a Agergs para regulação dos serviços e que Santa Cruz deve seguir o mesmo caminho. Ou será que Santa Cruz do Sul é o joãozinho do passo certo? “A Agergs tem um corpo técnico de concursados do mais alto nível, o que não se verifica aqui onde os cargos foram preenchidos por indicação política”, ressalta. Telmo também alega o alto custo dos serviços cobrados. “Em relação ao saneamento a Agergs propõe cobrar o valor de 0,5% incidente sobre o faturamento bruto da Companhia no município conveniado, enquanto a Agersant cobra 3%. Só aí teríamos uma economia anual de R$700 mil”, explicou.
O prefeito Telmo disse que durante este mês fará a escolha dos subprefeitos e anunciou ainda a indicação do vereador Gérson Trevisan como líder do governo na Câmara e de Nasário Bohnen, como vice.