Início Especiais Hospital Santa Cruz chega a 115 anos de história com crescimento

Hospital Santa Cruz chega a 115 anos de história com crescimento

Vilmar Thomé, diretor geral do HSC
Foto Divulgação

Até pouco tempo, pacientes com necessidade de avaliações cardíacas para procedimentos cirúrgicos ou aqueles com investigação de cardiopatia isquêmica precisavam se deslocar aos grandes centros do Estado para a realização de exames mais precisos, como a angiotomografia coronariana e o escore de cálcio. Mas desde o ano passado, o tempo de espera desses pacientes para ter um diagnóstico reduziu drasticamente, tornando o processo mais rápido e prático.

Isso graças ao novo tomógrafo adquirido em 2022 pelo Centro de Diagnóstico e Intervenção por Imagem (CDII) do Hospital Santa Cruz (HSC). O aparelho Multislice Revolution Maxima, de 64/128 canais, permite que tais avaliações e exames sejam feitos agora em Santa Cruz do Sul, proporcionando resultados mais definidos por meio de imagens de alta resolução. “A angiotomografia, além de não ser invasiva, oferece uma avaliação precisa das coronárias, agilizando e qualificando ainda mais o tratamento”, comemora o cirurgião cardíaco e diretor médico da Instituição, Leonardo Dorneles de Souza.

“É um método de rápida execução e realizado de maneira sincronizada aos batimentos cardíacos, permitindo assim o detalhamento de pequenas estruturas, como as coronárias”, complementa um dos médicos responsáveis pelo CDII, Rodrigo Ardenghi. “Com o novo equipamento, a unidade passa a contar com dois tomógrafos, o que também contribui para agilizar o atendimento e ampliar a oferta de horários para a realização de outros exames, beneficiando os pacientes”, acrescenta.

A ampliação do parque tecnológico e os investimentos em equipamentos de alta tecnologia, aliás, têm sido prioridade no Hospital Santa Cruz e materializa um dos princípios que orientam a conduta da Instituição, que é a inovação. Por meio dela é possível promover a construção do conhecimento, o avanço científico e a integração com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que assim como o Hospital é mantida pela Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc). Essa sinergia resulta no desenvolvimento de pesquisas e na formação e aprimoramento de profissionais nas diferentes áreas da saúde, consolidando o papel do HSC como Hospital de Ensino.

“A implantação do curso de Medicina em Santa Cruz do Sul, por exemplo, potencializou os serviços e a qualidade da saúde no município, atraindo profissionais e trazendo outros médicos especialistas para atuarem pelo SUS na região”, destaca a professora e diretora de ensino e pesquisa do HSC, Giana Diesel Sebastiany. “Essa conquista foi fundamental para que a Instituição se tornasse um hospital de ensino, vindo a oferecer posteriormente cinco residências médicas e o programa de residência multiprofissional em saúde, qualificando ainda mais os serviços”, acrescenta.

E qual o tamanho do impacto que a implantação do curso de Medicina trouxe para a região? Conforme Giana, que abordou o tema em sua tese de doutorado, a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde contava com 83 médicos clínicos gerais credenciados para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2007, quando o curso dava seus primeiros passos. Em 2014, esse número já era de 255 médicos.

Parte da formação desses profissionais ocorre na Unidade Ambulatorial Acadêmica do Hospital, que dispõe de todos os recursos e infraestrutura necessários para os alunos e professores do curso de Medicina da Unisc. O espaço conta com um bloco cirúrgico ambulatorial que foi revitalizado e ampliado em 2022, permitindo a realização de procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade. Sua estrutura física disponibiliza equipamentos anestésicos e cirúrgicos de qualidade para atender pacientes que não requeiram pernoite hospitalar, liberando mais leitos no Hospital para internação de pacientes que necessitem realizar cirurgias mais complexas.

Esses procedimentos mais complexos, em especial das áreas de traumatologia e cardiovascular, são realizados no Centro Cirúrgico do Hospital, que também está em processo de ampliação e revitalização assim como o Centro de Materiais Esterilizados (CME) da Instituição. O objetivo da reestruturação destes espaços, segundo o diretor geral Vilmar Thomé, é qualificar ainda mais a estrutura e promover o aumento de procedimentos cirúrgicos no Hospital, possibilitando a redução das filas de espera do SUS, bem como a qualificação da assistência com maior resolutividade.

Com uma média anual de 11.300 procedimentos, o Centro Cirúrgico é a área de maior demanda de materiais para processamento no CME, unidade de apoio técnico responsável por descontaminar, preparar e esterilizar todos os materiais de uso assistencial nas diversas unidades do hospital. “A construção de um novo prédio, prevista para iniciar este ano, ampliará o número de salas cirúrgicas e de leitos de recuperação, com ambientes devidamente equipados, possibilitando um incremento estimado de até 15% da capacidade de procedimentos cirúrgicos, o que representa aproximadamente 1.700 cirurgias a mais por ano”, estima Thomé.