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Jornada Mundial foi teste mais difícil

Pela complexidade e especificidade de suas características, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) mostrou, na opinião do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do ministro da Defesa, Celso Amorim, que o Brasil está preparado para receber grandes eventos. Nesta segunda-feira, 29, ambos fizeram um balanço positivo das ações de segurança planejadas e executadas durante o evento que trouxe o Papa Francisco ao país.
“O balanço que nós fazemos é extremamente positivo. Foi um esforço coletivo em um evento com características completamente atípicas e acho que isso deve demonstrar a todos nós que o Brasil tem condições, sim, na área de segurança pública, de organizar grandes eventos. Esse, a nosso ver, era o mais difícil, e ele acabou sendo bem sucedido”, disse Cardozo.
A JMJ durou seis dias (de 23 a 28 de julho) e mobilizou cerca de 3 milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro, um número parecido ao esperado para a Copa do Mundo, que terá 12 sedes e um mês de duração.
“O trabalho de segurança feito durante esse evento é mais difícil e mais complexo do que aquele que foi feito na Copa das Confederações e, me parece, também mais complexo do que será na própria Copa do Mundo. Primeiro porque nós estamos diante de um evento em que milhões de pessoas comparecem sem que você saiba exatamente uma estimativa, pessoas que vão se hospedar em locais distintos, não em hotéis, e nesse evento de massa você tem um chefe de estado que ainda é líder religioso”, lembrou o ministro da Justiça.
De acordo com Cardozo, a Jornada Mundial da Juventude também obrigou o sistema de segurança brasileiro a lidar com situações de última hora. “Não posso deixar de confessar que em alguns momentos ficamos com as pontas dos dedos geladas, quando o carro para numa hora que nós não esperávamos, quando o carro vai além do ponto porque Sua Santidade manda o carro prosseguir… Pelas características de milhões de pessoas na rua, trajetos, carro não blindado do Sumo Pontífice, situações que mostraram que nós estamos preparados para planejar e encontrar variantes”, afirmou.
O ministro da Justiça ainda destacou a recepção feita pelo povo brasileiro. “Essa alegria, essa festa tão bonita que nós vimos mostraram não só que nós estamos preparados, mas que o nosso povo também está preparado para conviver com os grandes eventos. Acho que a população brasileira deu mostras da afetividade, do carinho, do respeito, do acolhimento numa hora tão importante como essa, ao mesmo tempo que nós conseguimos fazer um bom trabalho de segurança. Acho que saímos fortalecidos, mostramos que o povo brasileiro é acolhedor e que o país está apto a sediar a Copa do Mundo”, disse.
Celso Amorim fez questão de frisar a integração entre as forças de segurança durante a Jornada Mundial da Juventude.  “Muita gente colocava em dúvida, mas houve espírito total de cooperação. Houve uma excelente coordenação em todos os níveis. Acho que foi uma experiência muito importante, e nós conseguimos garantir a segurança sem constrangimentos. Isso nos anima a continuarmos de maneira sempre cautelosa, mas também confiante para os futuros grandes eventos”, disse. “Tenho certeza que o legado que deixaremos após os grandes eventos é a integração da segurança”, completou Cardozo.

Números

Para garantir a segurança da multidão de fiéis e do Papa Francisco, o Ministério da Justiça empregou 6.008 profissionais de segurança. O número total de militares foi de 13.723. Até o final da Jornada, não foi registrada nenhuma morte de peregrinos.
O Papa participou de aproximadamente 20 atividades diferentes. Todo o deslocamento do Pontífice foi acompanhado em tempo real por meio de GPS e câmeras de vídeo, além de imagem de helicópteros e das câmaras de vídeo de rua instaladas pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Foram utilizadas 685 viaturas e cinco helicópteros, além de um par de lanchas, botes flexíveis e jet-skis.
No total, 9.787 ônibus foram vistoriados, o que equivale a 50% de toda a frota legalizada do país. A Polícia Rodoviária Federal realizou 3 mil notificações nesses veículos, sendo que 95 deles ficaram retidos. (Mateus Baeta – Portal da Copa)

Valter Campanato/ABR

Ministro da Defesa, Celso Amorim, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: balanço “extremamente positivo”