Início Editorial Natal: cosmovisão, política e arte

Natal: cosmovisão, política e arte


Principalmente para os cristãos, o Natal é uma forma de reconexão com Deus. Nessa data comemora-se o nascimento de Jesus Cristo, que foi o representante de Deus, ou a própria Divindade em forma humana. De certa forma, o que se procura quando rezamos é entrar em contato com essa grande verdade que está por trás da Criação. Deus é essa verdade, tanto para os cristãos quanto para os praticantes de outras religiões.

No Brasil e em outros países do Ocidente, o Cristianismo tornou-se a maior corrente religiosa, a mais difundida. Por outro lado, é preciso ter em mente que todas as crenças devem ser respeitadas e consideradas. Toda cosmovisão é válida. Não podemos, de jeito nenhum, retornar à Inquisição criada na Idade Média, que durou por longos séculos e estabeleceu uma regra de pensamento único.Obrigar as pessoas a terem um tipo de pensamento, é um erro, é uma forma de reprimir. Precisamos, sem dúvida, de diferentes contribuições e conceitos. Isso vale para a política também: precisamos da direita e da esquerda, do centro. Democracia se faz assim. E a arte, para citar outro campo de atuação humana, deve ser assim também: nas suas mais diferentes formas. Na Idade Média, tão criticada com justificativas que merecem consideração, houve uma série de expressões artísticas relevantes, ligadas ao Cristianismo, que merecem ser estudadas e apreciadas.

Se na Idade Média a ideia de pensamento único foi muito prejudicial à sociedade, é preciso reconhecer que, nesse período, houve contribuições culturais importantes. E a arte sacra é uma dessas contribuições. A arte sacra deve ser valorizada, mas não deve ser imposta. Trata-se de um campo da arte, relevante. Uma boa reflexão para este Natal. Felicidades a todos!