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Papa Francisco faz visita histórica ao Iraque

Papa Francisco foi recebido pelo primeiro – iraquiano Mustafa al-Kadhimi no Aeroporto Internacional de Bagda Crédito: Yara Nardi/Reuters

Uma viagem histórica e desafiadora. Nesta sexta, 5, o Papa Francisco iniciou a sua viagem de número 33 de seu pontificado ao desembarcar no Iraque, país do oriente médio que sofre com conflitos, guerras e que atualmente está confinado pela pandemia. Sob forte esquema de segurança, a viagem do líder religioso tem o objetivo de transmitir uma mensagem de paz e reconciliação no país. O papa, que já foi vacinado contra a Covid 19, foi recebido pelo primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, no Aeroporto Internacional de Bagda, capital do país.  

O pontífice visitará Bagdá e Erbil, duas cidades que foram cenários de ataques com foguetes contra alvos americanos recentemente. No sábado, o papa visitará Ur, uma etapa com fortes vínculos espirituais, pois a terra foi o berço do cristianismo, a terra do profeta Abraão, pai das três religiões monoteístas. No mesmo dia, ele se reunirá na cidade sagrada de Najaf, no sul, com o grande aiatolá Ali Sistani, de 90 anos, principal autoridade para os xiitas no Iraque, sendo um gesto a favor do diálogo com todos os muçulmanos.

No domingo, o Papa realizará a missa dominical no Estádio de Erbil com previsão de participação de 4 mil fiéis. O religioso também possui uma escala programada para Mossul, que foi reduto dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). Apesar dos riscos, Francisco manteve a agenda e declarou que não se pode decepcionar “pela segunda vez este povo”, depois de recordar o cancelamento da visita em 1999 de João Paulo II.

O Papa Francisco já enviou antecipadamente uma mensagem emocionada aos iraquianos, na qual defende a reconciliação nesta terra, berço das religiões, afetada por anos de violência e guerras. “Vou como peregrino. Implorar ao Senhor perdão e reconciliação, após anos de guerra e terrorismo e vou entre vocês como um peregrino da paz”, declarou. Em sua mensagem, Francisco se dirige a muçulmanos, judeus e cristãos como “uma só família” e os incentiva a “seguir adiante”, que não se rendam, para reconstruir e curar feridas.