Paulinho Lersch é condenado por coação e concussão

Grasiel Grasel
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Na última terça-feira, dia 28, foi declarada a sentença do ex-vereador Paulo Henrique Lersch (PT) e seu assessor Carlos Henrique Gomes da Silva. A juíza Luciane Inês Morsch Glesse entendeu que ambos os réus são culpados pelos crimes de concussão, por utilizarem cargo público para tomar vantagem indevida, e de coação, por terem ameaçado testemunhas. A mãe de Paulinho, Nersi Ana Backes, foi inocentada.
Lersch está preso no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul desde o dia 5 de junho de 2019, quando foi alvo da “Operação Feudalismo”, deflagrada pelo Ministério Público em uma investigação que apontava esquemas de repasse de salários de assessores do parlamentar. No caso de Paulinho, havia indícios de que mais de 50% dos salários de funcionários públicos ligados a ele eram recolhidos.
Ao todo, o ex-vereador terá que cumprir 9 anos e 7 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de concussão e coação, bem como deverá pagar o equivalente a R$ 62 mil em reparação aos danos causados aos funcionários públicos envolvidos no caso. Pelos mesmos crimes, Carlos terá que cumprir 4 anos e 6 meses em regime semiaberto e pagar multa. Ele chegou a ser preso preventivamente pela mesma operação em julho do ano passado, mas foi solto um mês depois por colaborar com as investigações. Para ambos os acusados ainda cabe recurso em instâncias superiores.
Na sentença, a juíza classificou a infração como “gravíssima”, por ter sido cometida por um vereador “que se locupleta (enriquece) do dinheiro público, ao que tudo indica, para financiar futuras campanhas políticas e obter rendimento e reeleição em prejuízo público e de seus assessores”. Ela também condena a atitude de Carlos, afirmando que ele cometeu seus crimes “objetivando auxiliar o então vereador em futuras campanhas políticas, bem como de permanecer no cargo”.

O que dizem as defesas?
Luiz Swarovski, um dos advogados de Carlos, informa que a defesa vai recorrer da decisão, pois entende que não ficou comprovada a participação do assessor no crime de coação. Outro objetivo será alterar o resultado do processo para uma pena restritiva de direitos, que possa ser cumprida com prestação de serviços comunitários, por exemplo. Swarovski também considera importante o fato de que seu cliente também entregava parte de seu salário ao vereador e, portanto, também é “vítima” no caso.
Procuramos o escritório de advocacia que defende o ex-vereador do PT, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta edição.