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Santa Cruz do Sul decreta situação de emergência

Prefeito Telmo Kirst assinou decreto de emergência na manhã da última quarta, 8, durante reunião do conselho agropecuário no Palacinho

Tiago Mairo Garcia
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Em reunião do Conselho Agropecuário realizada na manhã da última quarta, 8, no Salão Nobre do Palacinho, o prefeito Telmo Kirst assinou o decreto de situação de emergência devido a estiagem que assola o município desde o dia 8 de dezembro de 2019. A decisão foi tomada após a apresentação do relatório elaborado pela Secretária Municipal da Agricultura em parceria com a Emater onde os prejuízos calculados chegam a um valor estimado de 62 milhões em perdas do setor agrícola do município.  
Conforme o relatório, o milho teve 35% de perdas (R$ 5.424.300,00), feijão com 40% (R$ 248 mil), fruticultura com 25% (R$ 648 mil), hortigranjeiros com 40% (R$ 5.940.000,00), leite com 20% (R$ 713.700,00); tabaco com 25% (R$ 33.599.090,00); soja com 35% (R$ 5.267.088;75); arroz com 30% (R$ 3.713.094,00) e gado de corte com 15%, (R$ 6.550.920). O prejuízo total estimado no setor agrícola é de R$ 62.104.192,75.
O coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz, tenente José Joaquim Dias Barbosa, destacou que as áreas mais atingidas com a estiagem são as localidades de Alto Paredão e São Martinho que se intensificou a partir do dia 8 de dezembro. Barbosa também frisou que a prefeitura em parceria com a defesa civil está distribuindo aproximadamente 50 mil litros de água potável para as famílias atingidas no interior.

Milho teve 35% de perdas, totalizando aproximadamente R$ 5.424.300,00

OS EFEITOS DO DECRETO DE EMERGÊNCIA
Com o decreto de emergência assinado pelo prefeito, Barbosa explica que a partir de agora o documento tem validade de 180 dias onde o município pode auxiliar as pessoas atingidas e disponibilizar recursos não previstos no orçamento para atender as demandas decorrentes em razão da estiagem.
Barbosa também salientou que o decreto de emergência foi cadastrado no Sistema da Informação de Desastre, órgão do Ministério da Integração Nacional e enviado para a Defesa Civil do Estado com laudos técnicos elaborados por técnicos agrícolas da Emater e engenheiros agrônomos justificando o pedido. Após ser analisado, o decreto é homologado pelo Estado e enviado ao Governo Federal para ser reconhecido.
Com o Decreto de Emergência reconhecido pela União, os agricultores atingidos que realizaram financiamentos para o plantio da safra 2019/2020 e tiveram perdas, poderão ter as suas dividas com prazos estendidos para serem quitados.
Barbosa acredita ser muito difícil o município receber alguma ajuda financeira do Estado ou da União para auxiliar as famílias que sofreram perdas. “O município já está arcando com recursos próprios com os custos para disponibilizar água potável e realizar as chamadas “aguadas” (construção de pequenos açudes) para reservatórios de água. É muito difícil receber auxílio do Estado ou da União para atender estas demandas”, salientou o coordenador.
Sobre chuvas, o coordenador frisou que em 2019 choveu um total de 1.917 milímetros, porém salientou que no mês de dezembro choveu somente 56 milímetros em Santa Cruz do Sul e que a estiagem elevou a evaporação do solo, faltando umidade para os produtos. 
Sobre as perspectivas da seca se prolongar, Barbosa salientou a sua preocupação com a gravidade da situação e os seus efeitos econômicos que deverão ser sentidos nos próximos meses. “Com certeza vai refletir nos próximos meses no PIB do município, que deverá ter uma queda na arrecadação e no comércio com aumento de preços em razão da escassez de produtos no mercado devido à seca”, finalizou.