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Talentos revelados no Enart e consagrados nos Festivais

Clarissa Moura – [email protected]

Pelos palcos do Encontro de Arte e Tradição Gaúcha (Enart) já passaram nomes que atualmente são muito conhecidos no cenário dos festivais de música regionalista. Estes talentos, que foram revelados e consagraram-se nos festivais, carregam lembranças e ensinamentos adquiridos, como o caso de Raineri Sphor e Aninha Pires, que, antes de gravarem CD e serem conhecidos nos festivais, concorriam na modalidade Intérprete Solista Vocal.
Aninha iniciou sua participação no final dos anos noventa e participou por três edições. Ela lembra, como se fosse hoje, do “nervosismo de pisar no palco dos solistas vocais”. A cantora destaca também que o evento teve, “muita importância na sua formação como intérprete” e afirma que isso ocorreu e ocorre com grande parte dos músicos nativistas.

Edu Rickes

Artistas de sucesso como Aninha Pires surgiram do Enart

Raineri Spohr, já venceu os mais importantes festivais de música nativista, mas antes de ser este intérprete premiado nos festivais, conquistou, em 2002, o 2º lugar em intérprete solista vocal no Enart. Participou também de musicais de invernadas de 1995 até 2002, quando começou sua carreira profissional e dedicou-se apenas aos festivais, shows e eventos.

Arquivo Pessoal

Raineri (ao centro) no período que participava do Enart como competidor

Arquivo Pessoal

Os troféus conquistados pelo músico no Enart e o seu CD como músico

MUSICAIS DE INVERNADA
Além dos concorrentes na modalidade solista vocal, grande parte dos músicos de festivais, iniciou a carreira profissional como membros dos musicais de invernadas. Leandro Berlesi, Mário Tressoldi, Chico Saga e Ita Cunha são alguns exemplos, de músicos atuantes em festivais, que deram o ritmo e embalaram dançarinos nos tablados do Enart.
Mário Tressoldi e Chico Saga, além de integrarem o Grupo Chão de Areia, são muito conhecidos no litoral do estado, por suas trajetórias nos musicais das invernadas da 23ª Região Tradicionalista (RT). Premiados por diversas vezes como “melhor musical de invernadas”, já integraram praticamente todos os grupos desta região.
Tressoldi foi campeão Festival Gaúcho de Arte e Tradição (Fegart) em 1997. Além disso, avaliou musical de invernadas e também participou da gravação do CD do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) “Danças, Hinos e Costados”, até hoje usado como base para os grupos de danças. Seu parceiro foi grande incentivador de intérpretes solistas vocais, dando apoio técnico para os concursos individuais.
Mário comenta que, em parceria com o Chico, faziam músicas inéditas para as invernadas de danças e, certa vez, começaram a inscrever estas composições, nos festivais de música. Hoje, continuam participando dos musicais das invernadas e de diversos festivais por todo Brasil. Recentemente venceram mais uma edição do festival nacional Viola de Todos os Cantos.
O cantor natural de São Gabriel, Ita Cunha, também foi um dos talentos revelados pelo Enart, onde trabalhou mais de 12 anos em cerca de 20 grupos. Hoje atua como cantor nativista em festivais e shows por todo o estado, no qual carrega “a herança de tudo que aprendeu durante a trajetória do Enart”. Ida ainda afirma que não esquece a ansiedade e o frio na barriga que sentia antes de subir no palco. “Ao final de um trabalho efetuado com sucesso, esse frio na barriga se transformava em sentimento de missão cumprida aí era só felicidade!”, comenta.

Arquivo Pessoal

O músico Ita Cunha, no Enart de 2003, quando integrava os musicais de invernada

Outro nome bastante conhecido é Leandro Berlesi, músico e também apresentador do Programa Heranças do Sul, do SBT. No Enart, iniciou sua participação em 1998, quando ingressou no musical do CTG Gildo de Freitas, no qual participa até hoje. Em meio a tantas atividades, concilia a participação em festivais com os musicais de mais de 40 invernadas, espalhadas pelo Brasil
Berlesi se consagrou nos festivais com a composição “Beira de Estrada” apresentada na Califórnia da Canção de Uruguaiana. O músico destaca a relação e a importância do evento na carreira profissional. “Os artistas iniciam sua trajetória e o contato com o grande público, é no Enart”, revelando que diversos artistas, atuantes ou não, tiveram sua trajetória neste festival de arte amadora.