Terça-feira de mobilização contra o pacote Leite

Rosibel Fagundes
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A greve dos professores estaduais que completará um mês no próximo sábado, 14, segue intensa com 80% de adesão, sendo considerada a maior já realizada pela categoria. De acordo com o Cpers/Sindicato, enquanto o governo não ampliar os índices de reajuste, a paralisação deverá permanecer. Com previsão do pacote de reformas do governador Eduardo Leite ir à votação nesta terça-feira, 17, no mesmo dia, uma assembleia será realizada na Praça da Matriz em Porto Alegre. O movimento deverá contar com a participação de aproximadamente 400 representantes da região ligados ao 18º Núcleo do Cpers.
Conforme a diretora do Sindicato, Cira Kauffamm a ideia é pressionar os deputados para que o projeto não seja aprovado. “O pacote de reformas com as propostas de Eduardo Leite trará prejuízos irreversíveis aos professores, funcionários de escolas e até mesmo aos professores aposentados. Assim, como para o futuro da educação. Como não tivemos esta sensibilidade por parte do governador de retirar este projeto, nós vamos nos reunir para que o pacote seja rejeitado. Nosso principal objetivo é buscar apoio dos deputados da oposição e também da nossa região”, afirmou. No total, sete ônibus, dois micro-ônibus e uma van sairão de Santa Cruz no início da manhã para levar os trabalhadores à capital. 
Sobre a adesão ao movimento, Cira classifica como uma mobilização muito forte, nunca vista antes no Estado. “É uma das maiores já realizadas pela categoria com 80% de adesão no Vale do Rio Pardo. Embora tenhamos registrado o retorno de alguns colegas em algumas escolas, nosso movimento segue forte. A proposta do governador não é digna. A fórmula como ele fez até 2022 não teremos nenhuma reposição salarial. Ele pegou nosso salário e dividiu primeiro em subsídio, que é o piso e depois retirou todas as vantagens que nós temos e colocou em parcela autônoma. É um absurdo isso, chega a ser vergonhoso o que está fazendo com nós trabalhadores”, afirmou. 
A expectativa do governo é votar as sete matérias do pacote ao longo desta semana. Apenas a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta a idade mínima e tempo de contribuição para aposentadoria dos servidores deverá ser votada no ano seguinte. Nas redes sociais, o governador Eduardo Leite afirmou que a proposta de alteração no plano de carreira da categoria irá beneficiar 40 mil docentes até 2022. “Nossa proposta eleva em 26% a remuneração de um professor contratado hoje pelo estado de R$ 2.557,74 para R$ 3.216,84 até 2022. Impacto imediato no contracheque de 25 mil professores e, até 22, em mais de 40 mil. Não é ficção. É dinheiro no bolso depois de anos de congelamento”.

Polícia Civil realiza apenas registros graves 

Além da paralisação dos professores contra o pacote de reforma administrativa do Estado, os agentes da Polícia Civil também estão em greve. O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores (Ugeirm), garantiu que a paralisação iniciada na manhã dessa segunda-feira, 16, deverá ser mantida até que o projeto seja votado na Assembleia Legislativa. O representante do Sindicato na região, Orlando Brito de Campos Júnior, explicou que apenas ocorrências de urgência e emergência serão mantidas. “A paralisação teve início nessa segunda-feira e deve durar até a votação do pacote ou até a retirada do regime de urgência. Durante esse período estaremos atendendo de forma parcial. Nós reduzimos as produções de inquérito, e as atividades de investigação por hora estão suspensas. Não haverá cumprimento de mandados de busca e apreensões, mandados de prisão, operações e ações policiais. Os registros serão feitos apenas de flagrantes e casos de maior gravidade. Os demais deverão realizados na delegacia online”. Representantes da categoria também estarão reunidos nesta terça-feira em Porto Alegre, em um ato unificado.