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Terrorismo

O grupo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL – ou Isis, em inglês) é uma organização jihadista ultrarradical que controla boa parte da Síria e do Iraque. O terror tem sido a única mensagem postada sem escrúpulos na internet pelo próprio EIIL – o que, lamentavelmente, ajuda a aumentar o preconceito ocidental contra muçulmanos. Na última terça-feira, o mundo ficou chocado com o vídeo que mostra a morte por decapitação do jornalista americano James Foley, cujo algoz, segundo os serviços britânicos de contra-espionagem MI5 e de espionagem MI6, seria o rapper britânico Abdel-Majed Abdel Bary, conhecido por outros extremistas como “Jihadi John”. Outro vídeo que aterrorizou a comunidade internacional foi o da execução de quase 200 homens em Trikrit, que o EIIL postou nas redes sociais em julho.
A verdade é que a democracia financiada pelos EUA, com a guerra sangrenta que derrubou o governo de Saddam Husseim, perdeu seu apelo. Os ditadores antes odiados parecem atraentes novamente, pois muitos entendem que sem eles a ascensão de grupos extremistas de milícia tem tido força descomunal.
E se Osama bin Laden não é mais problema para a Agência Central de Inteligência americana (CIA), o líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi é um grande problema. Contando com um número estimado de 50.000 combatentes – número que tende a aumentar, segundo Aron Lund, pesquisador e especialista em conflitos na Síria, no Instituto Sueco para Assuntos Internacionais –, al-Baghdadi prega uma guerra santa e a formação de um Estado jihadista.
Poucos sabem, mas a palavra jihad em árabe alude ao esforço individual em manter e defender a fé e a justiça, em nome do Islã. Contudo, o jihadismo tem sido associado ao extremismo de grupos radicais muçulmanos – é o jihad da espada. Nessa perspectiva, um Estado jihadista pressupõe, no mínimo, perigo e temor.
O EIIL parece estar consolidando o desejo de seu líder. Sua força já ocupa mais de um terço da Síria, o que lhe serviu de trampolim para sua expansão ao longo da fronteira do Iraque em junho. Agora ele está criando raízes em quase um terço do Iraque, e golpeando a leste para o Curdistão e a oeste para o Líbano. O exército iraquiano derrotado em face dessa investida entregou Mosul, Tikrit e uma série de cidades do norte e centro do país, bem como um arsenal de armas pesadas fornecido pelos EUA, deixando o Iraque aberto para esta ameaça.
Trata-se de uma ameaça real, que, segundo os meios de comunicação, tem atraído pessoas de toda a Europa e mesmo dos Estados Unidos para irem juntar-se a essa “guerra santa”. O EIIL gravou um vídeo promocional pedindo para que ocidentais aderissem à sua ideologia e luta armada. O vídeo foi postado no youtube, e depois deletado pelos serviços americanos de segurança. A questão é que alguns ocidentais veem a ideologia do EIIL como uma estratégia vencedora, e querem ser parte dela. E é isso que torna essa organização extremista tão perigosa.