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Tornando o momento mais humanizado

Antigamente, os partos realizados em casa eram acompanhados pelas parteiras. Profissional essa que aos poucos foi perdendo espaço. Embora não tenha a mesma função da parteira, as doulas começaram a ter visibilidade, a fim de tornar o momento do nascimento mais humanizado.
Há quem confunda os papéis de ambas profissionais. Assim, vale ressaltar que a doula não é parteira, mas tem ocupado importante espaço antes, durante e após o nascimento do bebê. É o que afirma a médica Mariana Kunrath Tocchetto Pritsch, mãe do pequeno Ricardo Tocchetto Pritsch, hoje com oito meses e três semanas. Ela torna o momento mais natural e encoraja para encarar o que for preciso para dar vida ao ser humano mais importante da sua vida. “Além disso, os encontros serviam também para conversar, desabafar (porque vem uma ansiedade)”, relata. “Em casa, durante o trabalho de parto também deu um suporte emocional e motivador. O mesmo ocorreu no hospital”, completa.

A mamãe Mariana conta que sempre pensou em parto normal humanizado, pois sabia desde a faculdade os benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê. “Quando engravidei e estudei mais a fundo o assunto tive ainda mais certeza, e sabia que para conseguir isso, o acompanhamento de uma doula era fundamental”, destaca.

A mãe do pequeno Ricardo então passou a ter acompanhamento de uma profissional desde 30 semanas de gestação. A doula Micheli Pommerehn, que foi quem acompanhou a futura mamãe é enfermeira e já havia trabalho com Mariana. “Depois que teve o seu próprio normal, resolveu dar uma “virada” na sua vida profissional, e fez o curso de doula”, explica Mari. “Por já conhecê-la e ter boas referências não pensei duas vezes em quem contratar”, sublinha.

Mari e Ricardo em conversa por videoconferência recente com a doula Micheli (Foto: Divulgação)

Devido à pandemia, os encontros durante a gestação foram on-line (apesar da Micheli ter oferecido que fossem presenciais). “Conversamos a respeito do parto, sobre nossas expectativas, como se preparar. Ela apresentou conteúdos baseados em evidências acerca do parto”, recorda. “Ela falou sobre a dor, técnicas de alívio, massagens, posições. Fases do trabalho de parto, como passar por elas e quando seria o momento de chamá-la”, pontua.

Embora sua intenção fosse dar à luz ao Ricardo de parto normal, por indicação médica precisou partir para cesárea. Mariana revela que foi tranquilo, por incrível que pareça. “O que eu não queria de forma alguma era uma cesárea agendada, sem saber se o bebê estava pronto para nascer”, diz. Mari salienta que todo o trabalho de parto foi essencial para que tivesse segurança de que Ricardo estava pronto, e também para auxiliar os hormônios da amamentação. “Sei que fiz tudo o que estava ao meu alcance”, reflete.

Até que a cesárea começasse, Micheli acompanhou todo o trabalho de parto de Mariana. “Depois de algumas horas de trabalho de parto, ela foi até o meu apartamento. Fez medidas não farmacológicas para aliviar as dores das contrações como massagem, bola, banho, e quando identificou que eu estava na fase ativa do trabalho de parto foi comigo até o hospital/centro obstétrico, e só saiu de lá quando a cesárea ia começar”, lembra.

Mariana frisa a importância do papel da doula no momento mais marcante da vida, que é o nascimento de um filho. “Ela nos deixa mais seguras. Sobretudo, também por nos incentivar a escrever o nosso plano de parto, reforçando a ideia de que nossas vontades serão respeitas no ‘grande dia’”, finaliza.