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Corsan deve apresentar plano para evitar desabastecimento

Vereadores, Agerst e Prefeitura cobram ações da Companhia

Ricardo Gais
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Luciana Mandler
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Na quarta-feira, 13, Corsan realizou trabalho de
conserto na Rua Daniel Caspary. – Foto: Luciana Mandler

O que já está inserido na vida dos santa-cruzenses é o problema relacionado à falta de água em suas residências, inclusive, em alguns bairros essa situação ocorre com frequência, como no último fim de semana em que bairros da região alta da cidade ficaram sem esse bem devido a problemas na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Essa situação se agrava principalmente no verão, quando o consumo aumenta, ocasionando uma maior demanda de água.

A situação incômoda gerou repercussão na Câmara de Vereadores. Os edis Nicole Weber (PTB), Bruna Molz (Republicanos) e Daiton Mergen (MDB) cobram explicações da Companhia para melhorar o sistema de água da cidade. Em sua rede social, Nicole Weber escreveu: “A quarta água mais cara do Brasil, pela lógica deveria ser a quarta melhor prestação de serviço de água do Brasil”. Weber protocolou um requerimento para uma reunião especial para tratar sobre o assunto. Bruna Molz também se manifestou: “Santa Cruz do Sul, sensação térmica de 41ºC e a população sem água! Desrespeito total e absurdo”, escreveu e protocolou um ofício para que providências sejam tomadas. Já Dainton escreveu que o contrato da Corsan, vendido como um bom negócio pelo governo, ainda não mostrou os resultados prometidos. Mergen irá estudar o contrato e projetar medidas positivas para ajudar a população.

Sobre a falta de água no último fim de semana em alguns locais, especialmente nos bairros Belvedere, Linha João Alves e arredores e parte do Arroio Grande, o superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, disse que o desabastecimento ocorreu devido a um problema elétrico que abastece a região alta da cidade. “A situação foi resolvida no domingo, com a substituição de três chaves de acionamento”, disse.

No último domingo, a Corsan informou que os drivers de acionamento dos motores de bombeamento apresentaram superaquecimento, sendo necessário substituí-los por novos. Com as altas temperaturas e o elevado consumo, a recuperação ocorreu de forma lenta e gradual. As equipes da Companhia também trabalharam para resolver outros eventos que causaram desabastecimento no Município.

Nesta semana, a Prefeitura de Santa Cruz recriou a comissão que irá acompanhar o contrato com a Corsan e já na primeira reunião, a prefeita Helena Hermany cobrou de forma incisiva providências da direção da concessionária para resolver os problemas de falta de água no Município. Epstein destacou que na próxima semana, em nova reunião com a comissão, a Companhia fará uma apresentação sobre o atual andamento das obras que estão sendo realizadas e que serão entregues ainda em janeiro deste ano. “Algumas obras dependem apenas de conexão dos sistemas elétricos e queremos iniciar esse processo na próxima semana. Essa será umas das nossas primeiras ações”, sublinha o superintendente.

Epstein salientou que na próxima reunião, questões alinhadas a prioridades de execução de obras, substituição de redes na cidade, melhorias em pavimentos também serão discutidas, além de apresentar a licitação da estação de tratamento de água, uma obra avaliada em R$ 38 milhões, que terá o certame julgado em março. “Temos uma série de ações que vamos apresentar, que estão sendo feitas e que irão garantir valores muito significativos. São mais de R$ 50 milhões de investimentos no Município”, concluiu.

O que diz a Agerst

De acordo com presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz (Agerst), Auro Schilling, há 18 processos abertos por cada evento de falta de água e em sua grande maioria são de responsabilidade da Corsan. “Quando identificado, a agência notifica o responsável e aplica uma multa, de acordo com a gravidade da situação”, disse. Os processos são realizados a partir de denúncias.

A Agerst avalia o trabalho da Corsan como precário, devido aos fatos ocorridos e que tiveram grande impacto negativo na população. “Até 31 de março, a Corsan precisa apresentar um plano de segurança da água, esse plano contempla ações para que não haja desabastecimento no Município”, disse Schilling.

O presidente da Agerst também destaca a importância da retomada da comissão para acompanhar o contrato com a Corsan, pois assim, a Prefeitura poderá fiscalizar ações da Companhia. “Nós, junto com a Prefeitura, poderemos cobrar mais ações para melhorar o abastecimento de água, além de fiscalizar o contrato”, pontuou.

Problema muda rotina de família

Para Veridiana da Silva, moradora do loteamento Nova Santa Cruz II, um dos locais atingidos pela falta de desabastecimento no fim de semana, a situação só não foi pior, pois possui caixa d’água. Porém, sem água, a vazão é pouca. Assim, Veridiana e a família precisaram poupar. A moradora de Linha João Alves conta que de quinta-feira à noite até domingo à tardinha, a localidade ficou praticamente sem água. “A água vinha, mas vinha fraquinha”, revela. “Temos caixa d’água, mas utilizamos somente para coisas básicas, pois não sabíamos até quando iria o desabastecimento. As roupas tive que deixar para lavar depois”, conta. Esta é a quarta vez neste ano em que há falta de água no loteamento, segundo Veridiana. “Já estamos pensando em colocar mais uma caixa d’água para não nos preocuparmos tanto”, avalia.