Início Editorial Dos super-heróis a Van Gogh

Dos super-heróis a Van Gogh

O cinema norte-americano foi marcado, nas últimas duas décadas, pelos filmes de super-heróis. Essas produções alcançaram uma popularidade gigantesca, pois é habitual que um filme desse gênero obtenha uma receita superior a um bilhão de dólares, somente em termos de bilheteria (sem contar os produtos derivados do filme, como por exemplo, os brinquedos relacionados aos personagens).

Vistos sob um ponto de vista crítico, os super-heróis apresentam uma certa profundidade de conteúdo. Uma parcela significativa dos quadrinhos que servem de base para os filmes, atingiram um nível artístico considerável. Claro, infelizmente os super-heróis apontam também para um caráter superficial em diversos momentos, deixando de lado a crítica social, a crítica da realidade, abandonando a reflexão.

Como apontamos no parágrafo anterior, os super-heróis representam a arte, muitas vezes, de forma muito digna e meritória. Porém, outras vezes se perdem em discussões pouco aprofundadas. E isso parece agradar grande parte do público. Na internet, enquanto você entra em uma página dedicada a um filme de super-herói, percebe-se uma enxurrada de comentários; por outro lado, se você entra em uma página dedicada a um filme sobre Van Gogh, é possível não encontrar nenhum comentário.

Curiosamente, ao contrário do sucesso que atores, produtores e diretores de filmes de super-heróis desfrutam hoje em dia, Van Gogh não conheceu o sucesso em vida. Depois de sua morte é que o trabalho do pintor holandês foi reconhecido como genial e altamente relevante. Porém, ainda hoje, a arte dele encontra situações de desvalorização, assim como grandes quadrinhos de super-heróis (de alto valor artístico) são pouco reconhecidos.