Início Focando no espore - Julio Mello O mundo está parado

O mundo está parado

Conversei ontem com o ex-técnico do Avenida, Régis Amarante, que hoje mora nos Estados Unidos. Mais especificamente em New Jersey, na cidade de Union. Régis trabalha com crianças em um projeto de Escolinhas e foi para os Estados Unidos logo depois que saiu do Avenida, em 2017. Me disse que lá está tudo parado e assim como aqui no Brasil, somente estão abertas as farmácias e mercados. Perguntei para ele quando volta ao Brasil e ele disse: “estou no olho do furacão. Vou esperar passar um pouco tudo isso”.
Régis Amarante jogou pelo Inter de Porto Alegre, Fluminense, São Paulo e Cruzeiro. Sempre foi um atleta, portanto, não está no grupo de risco. Contudo, ele está obedecendo o que pedem as autoridades de saúde. “Estamos dentro de casa conforme o que vem ocorrendo no mundo todo”, salientou. Os seus familiares são todos de Porto Alegre.

Régis Amarante jogou pelo Inter de Porto Alegre, Fluminense, São Paulo e Cruzeiro – Divulgação

Romário pede apoio para os clubes
Agora não é o craque dentro de campo quem fala e sim o senador Romário. O baixinho temido dentro de campo pelos seus marcadores, hoje é quem marca os assuntos e seus adversários. Preocupado com a Pandemia, que atinge o futebol, Romário usou as redes sociais para fazer um pedido a CBF.
Ele pede para ajudar os clubes nesta paralisação em meio à pandemia de coronavírus. No seu entendimento existem muitos times, principalmente do interior, que estão passando por dificuldades. Ele cobrou publicamente mais ações da Confederação Brasileira de Futebol. “Insisto no que já sugeri, ou seja, a CBF usar parte dos US$ 100 milhões que estão vindo em parcelas, da Fifa, por conta do “legado da Copa 2014”, para evitar a falência do nosso futebol. É de justiça, antes de tudo, pois enfrentamos uma tragédia ainda sem previsões do que poderá sobrar. E o futebol, fonte de renda e de emprego, poderá, quem sabe, sobreviver e ajudar a reduzir o estrago que já nos assusta”.
Acho justo o pedido do Romário. A CBF arrecada muito junto aos clubes e agora seria um bom momento para devolver um pouco.

Preocupado com a Pandemia, que atinge o futebol, Romário usou as redes sociais para fazer um pedido a CBF – Jefferson Rudy/Agência Senado

CBF isenta os clubes de taxas e transferências
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em atenção aos impactos provocados pela paralisação do futebol em decorrência da pandemia do coronavírus, definiu por isentar todos os clubes das taxas relativas ao registro de contratos e à transferência de jogadores. A determinação tem validade por tempo indeterminado. A estimativa é que isso gere uma economia de R$ 1,3 milhão por mês aos clubes brasileiros. A medida inclui isenção de valores relativos à registro de contratos definitivos, de contratos de empréstimo, de renovação, prorrogação ou rescisão contratual, além das transferências de atletas. Já é alguma coisa.

O Bayern volta aos treinos na Alemanha
Ao contrário de tudo o que vem ocorrendo no mundo, e ainda sem saber quando volta a jogar, depois de quase um mês parado e com calendário nacional suspenso até 30 de abril pelo menos, o atual heptacampeão alemão Bayern de Munique, retomou os treinos nessa segunda-feira de manhã. Os jogadores foram separados em pequenos grupos no aquecimento, corrida e treinamento técnico, respeitando o distanciamento social e as medidas rigorosas para conter a disseminação do novo coronavírus. O goleiro e capitão Neuer foi um dos que compareceram ao centro de treinamento. Os clubes receberam orientações de como retomar o treinamento e o Bayern de Munique foi bem claro na sua estratégia para minimizar o risco de infecção entre os jogadores.

Mas tem bons exemplos na Alemanha
Em uma ação de completa solidariedade, os clubes ricos da Alemanha se juntaram para ajudar os menos ricos. Em isolamento social, a Alemanha passou de 100 mil infectados pelo novo coronavírus no fim de semana passado. São 1.600 mortos com testes positivos para o Covid-19. A interrupção no calendário também teve grandes efeitos financeiros nos clubes. Há duas semanas, o Borussia Dortmund, o Bayern, o RB Leipzig e o Bayer Leverkusen, se uniram para criar um fundo de solidariedade de € 20 milhões (cerca de R$ 115 milhões) para ajudar os clubes com menos recursos financeiros das duas primeiras divisões. O que no Brasil, pelo menos acho, que seria algo impensável.