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Em tempos pandêmicos quando a casa em que moramos é maior que o mundo, ler é uma necessidade, manter-se informado é fundamental para seguirmos a vida.

Vamos vivendo de espantos. A morte é mais presente que a vida.Da janela de minha casa a paisagem é sempre a mesma a não ser pelo matiz dos dias que se entristecem com as nuvens e chuvas e se alegram com o sol radiante. Estamos em lua cheia mostrando que o mapa astrológico me coloca em um período de fortes emoções. Desde o ano passado parece, em uma leitura rasteira, que vivo neste estágio lunar.

Entre as leituras de livros, filmes, músicas, receitas, aparecem os noticiários onde a catástrofe é mais evidente que as alegrias. E assim é a vida. Se fizermos um balanço sério, veremos que os infortúnios marcam muito mais que as grandes conquistas. Um homem rico leva uma vida normal até falir e viver na miséria e o contrário também é real – o pobre que acerta em uma mega-sena e passa a viver nababescamente.

Curiosamente estamos diante da surpresa. Viver nesta segunda década do século XXI tem sido avassalador. Passamos de um período mais ou menos analógico para o digital acelerado. Nossa velocidade, que no milênio anterior era de no máximo 3G, salta para 5G de repente. De agora em diante, poderemos fazer download de um filme em segundos, as baterias de smartphones e computadores terão muito mais duração e ainda assim, acham, como desvantagem, que ficaremos à mercê dos hackers com mais frequência.

Tecnologia é algo que incomoda ou não até os negacionistas e os criadores de fakenews. Com mais velocidade, é possível derrubar a verdade em poucos segundos. É aqui, penso, que mora o perigo. Uma inverdade pode destruir um presidente, ações da bolsa, a dignidade de homens e mulheres de toda a sorte.

Mesmo com todos os avanços, ainda somos os verdadeiros responsáveis por tudo o que acontece. A raça humana é o que nos motiva e o que nos intriga. Se lá no início deste texto mencionei o meu mundo neste período estranho de hoje, lembro que por mais claro que possa parecer, só nós é que estragamos tudo ou quase tudo. Enquanto uns ficam em casa, outros ainda se esbaldam e contestam o que é comprovadamente correto de ser feito.

Nesta semana, no domingo, um juiz carioca foi com a esposa em um posto de vacinação. Ela de máscara, ele sem. Por não cumprir com o protocolo mínimo de uso de máscara, os que esperavam na fila gritaram alto: “sem máscara, sem vacina”. O juiz se indignou e apresentou o documento que lhe confere o título protestando – “uns babacas querem atrapalhar a vacinação”. Sim, dezenas de pessoas na fila e o privilegiado queria entrar sem cumprir com o que deveria, até por ser juiz, zelar pelas normas e, ao invés de burlá-las, executá-las para si, como exemplo.

Então, por mais que a tecnologia nos ajude ou nos assuste, continuaremos a contrariar o senso e, por insanidade ou necessidade de brilho, estragaremos tudo.Esta é a semana da Páscoa. Espero que a simbologia do renascimento nos cale fundo e, pelo menos nesta hora, estejamos com os corações mais abertos para enxergar o outro. Paz e chocolates é o que desejo nesta hora. E vacina, acima de tudo.

No sábado de Aleluia teremos um dos mais eletrizantes grenais dos últimos tempos. O Grêmio vai chegar com o seu time que já tem um estilo de jogo consagrado, enquanto o Internacional traz a campo um novo conceito que vem sendo empregado pelo espanhol Miguel Ángel Ramirez.