Tiago Mairo Garcia
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A forte estiagem que castiga o Rio Grande do Sul desde o mês de dezembro segue trazendo preocupação em todos os níveis. Com forte reflexo na produção agrícola, a escassez de chuvas também afeta diretamente as fontes de água. Em Santa Cruz do Sul, as fontes e vertentes do interior estão secando, problema que tem obrigado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (SMSS) a trabalhar no limite da capacidade para manter o abastecimento das redes hídricas no interior.
O secretário da pasta, Raul Fritsch, informou que o município está mantendo o abastecimento de água nas redes hídricas e com o trabalho dos caminhões-pipa com demanda diária de 40 a 50 mil litros de água distribuídas para consumo humano nas propriedades rurais. Fritsch salientou que o abastecimento das redes hídricas do interior tem sido feita com água potável extraída de poços artesianos (que seguem operando normalmente) e de fontes e vertentes, sendo que algumas estão secando devido a falta de chuvas. “Estamos trabalhando no limite e fazendo algumas manobras internas na rede para manter o abastecimento em todas as comunidades”, frisou o secretário.
Com relação ao abastecimento da cidade, o Lago Dourado, principal reservatório, que abriga 2,6 bilhões de litros de água, já perdeu aproximadamente 35% da sua capacidade com a falta de chuvas e vem baixando o nível diariamente em dois centímetros. Com a média de consumo diária de 45 a 47 milhões de litros de água para abastecer 61 mil residências, o reservatório ainda tem capacidade para abastecer a cidade sem a necessidade de racionamento.
Já o Rio Pardinho, que auxilia no abastecimento de água para o Lago Dourado, também está com nível baixo, com aproximadamente 15 cm de lâmina de água, fato que tem ocasionado uma menor capacidade de abastecimento. O coordenador da Defesa Civil, José Joaquim Dias Barbosa, destacou que a captação de água do rio para irrigação das lavouras é praticamente nula em razão da colheita da safra, mas confirmou ainda haver captação em alguns pontos, destacando que já informou a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) sobre o problema.
Na manhã de ontem, 11, a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e servidores da Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos, percorreram três quilômetros do Rio Pardinho, entre o bairro Várzea e a ponte sobre a RSC 287, onde realizaram uma limpeza para retirar galhos de árvores, desobstruir a passagem da água do rio e melhorar a capacidade de captação da água nas tubulações de acesso ao Lago Dourado.
Ao finalizar, o secretário Raul Fritsch pediu que a população colabore e evite o desperdício de água. “O abastecimento está sob controle e sem a necessidade de racionamento, mas estamos em alerta. Pedimos que as pessoas evitem neste momento lavar as calçadas, carro, molhar a grama e que usem a água somente para consumo sem desperdícios”, disse Fritsch. O coordenador da Defesa Civil endossa o pedido do secretário para o uso consciente de todos. “Não se cogita racionamento porque ainda tem reserva de água, mas não sabemos quando vai voltar a chover com intensidade. Pedimos que a população faça o uso da água com consciência e evite desperdícios”, finalizou.
Para o abastecimento de água de animais a Secretaria de Agricultura, através de cadastro prévio, está promovendo a instalação de aguadas e a limpeza de açudes. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3711-9334 na Secretaria Municipal de Agricultura (SEAGRI).
Corsan realiza força-tarefa para garantir o abastecimento
Mesmo com a forte estiagem que atinge o Rio Grande do Sul, a Corsan está mantendo o abastecimento normalizado nos municípios atendidos. Para isso, uma série de iniciativas estão sendo implementadas em formato de força-tarefa, pelas equipes locais em parceria com as prefeituras, sob a coordenação da Diretoria de Operações da Companhia.
Segundo o diretor de Operações, André Finamor, todos os esforços estão sendo feitos, os níveis dos mananciais são constantemente monitorados, poços e reservatórios alternativos estão sendo usados pela Corsan e os centros de controle operacional, já implantados, encontram-se em funcionamento total. “Estamos lançando mão de todo o suporte de operação e tecnológico para garantir o abastecimento nas cidades. Enquanto esse período não passa, vamos ter que contar muito com a colaboração da população”, alerta o diretor.
A Corsan vem reforçando de forma incisiva um alerta para a situação de estiagem e pede a colaboração de toda a população para que, neste período, abandone hábitos que gerem desperdício e se conscientize de que a água é uma responsabilidade coletiva. Durante a estiagem, é fundamental atitudes tais como: não lavar o carro, usar somente a vassoura para limpar a calçada e o quintal, não fazer uso de grandes volumes como o de piscinas plásticas e utilizar regador para molhar as plantas nos horários de menos incidência de sol. A orientação ainda é para que regule as válvulas de descarga, fique de olho em vazamentos e torneiras pingando, coloque o máximo de roupas na máquina a cada lavagem.














