Lucca Herzog
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A Livraria & Cafeteria Iluminura, celebrando a música e o Dia Internacional do Jazz, convida para um encontro com o grupo Privilege Jazz, na noite do dia 18, quinta-feira. A ideia é dar um passo inicial na difusão da cultura do gênero musical na cidade, criando um espaço para a apreciação desse “caldeirão de culturas”, como definiu Luciano Chagas, um dos organizadores do evento.
Luciano lembra que a iniciativa surgiu de conversas entre amigos, “da união de pessoas que gostavam da mesma coisa e da casualidade de encontrarmos o Privilege Jazz, também com essa intenção de mostrar o trabalho deles. Isso é fascinante: pessoas que queriam fazer a mesma coisa e que não tinham se encontrado ainda. Trocando ideias, surgiu a possibilidade de criar um espaço pra escutar jazz, que ainda não tínhamos aqui na cidade. Acho que é uma ousadia nossa, de sair um pouco daquele velho padrão de música pra criar essa do jazz, que queremos desmistificar. Esperamos que as pessoas venham para esse ambiente diferente”.
Para Diego Maracci, integrante do Privilege Jazz, o evento representa uma importante marca não só para os músicos, mas também para a cena da música local: “Tem matéria-prima muito boa, excelentes músicos aqui na nossa região. Porém, a galera não vai pra esse estilo. Talvez até estude, mas ninguém age pra acontecer. Já venho com esse sonho há muito tempo, desde que eu comecei a estudar bateria, há quase 30 anos, porque o jazz não é só o gênero em si, mas envolve uma música instrumental em que a liberdade e o improviso são imprescindíveis. O jazz sempre esteve presente nos meus estudos, nas minhas pesquisas, nas minhas audições. Quando paro pra escutar música, é o jazz”.
Quando a oportunidade surgiu, Diego não tardou em formar a banda, que se prepara para retomar suas apresentações. “Viemos ensaiando, preparando, pesquisando, até o momento de poder realmente tocar. E tem que gostar, porque não é um gênero popular. Quando surgiu, nos Estados Unidos, era. Porém, foi pra uma música de elite. E quando eu digo elite, não é de classe social, é elite musical mesmo. Os músicos que tocam jazz são músicos muito refinados, são muito técnicos, porque exige muita preparação pra executar num show”, explicou ele.
Por fim, os ensaios renderam um repertório atualizado, que, para quem entende do assunto, é um prato cheio. E, para quem ainda não é iniciado, um cardápio de curiosidades rítmicas. “Faremos releituras de temas”, revelou o músico, “tanto de jazz quanto de latin jazz e samba jazz. Estão presentes no repertório Miles Davis, Herbie Hancock e Chick Corea. Teremos, também, temas de músicas contemporâneas pop, com uma releitura nossa, de música instrumental, com aquelas pitadas de jazz”.
A livraria abre suas portas para a audiência às 19 horas, e os músicos apresentam-se por volta das 20 horas. Os ingressos são limitados; há apenas 50 lugares, nos valores de R$ 80 cada. Para mais informações, entre em contato pelo Whatsapp (51) 98123-3655.
Mas, afinal, qual a importância do jazz?
O Dia Internacional do jazz, 30 de abril, foi criado pela Unesco para lembrar da contribuição do gênero musical para a valorização de diferentes manifestações culturais. Surgiu em Nova Orleans, no século XIX, associado à luta pela pela abolição da escravatura.
A palavra “jazz” provavelmente veio das ruas, como uma gíria. Somente em 1915 o jazz foi reconhecido como gênero musical. Originalmente, era uma fusão de dois estilos populares da comunidade negra: o ragtime e o blues. Sua sonoridade característica é marcada pela criatividade e improvisação, a partir de ritmos sincopados e variados. Entre os grandes fenômenos do jazz estão Miles Davis, Chick Corea, Chet Baker, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Nina Simone, John Coltrane e Louis Armstrong.