Lucca Herzog
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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA/UFRGS), divulgou um relatório com resultados da segunda edição da pesquisa Perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil. Assim como a primeira edição, realizada em 2016, o estudo foi encomendado pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), e conduzido entre 30 de junho a 20 de julho de 2023, em 37 municípios produtores de tabaco que compõem a Região Sul do Brasil.
Coordenada pelo professor doutor Luiz Antonio Slongo, a pesquisa contou com o apoio de uma variada equipe de pesquisadores, além de técnicos da universidade. A coleta de dados foi feita com base em entrevistas pessoais, realizadas na residência de pequenos produtores. Para efeitos de amostra, considerou-se um total de 1.145 casos. O professor Slongo ressalta que a pesquisa foi realizada com o mesmo rigor e critério da primeira. O objetivo, como explica, é a comparação dos dados, para uma avaliação detalhada e objetiva da evolução do nível socioeconômico e da qualidade de vida do produtor.
Os resultados apontam para uma boa condição socioeconômica geral dos produtores de tabaco da Região Sul. Um dos pontos abordados pela pesquisa foi o da evolução tecnológica dos recursos domésticos e agrícolas, que acompanham o desenvolvimento e as tendências dos centros urbanos. “Verifica-se um bom acesso a itens de conforto doméstico, bem como a itens relacionados às condições de higiene e saúde. Tais condições são facilitadas por um bom nível de renda familiar e per capita, as quais se mostram bem superiores às médias nacionais, bem como por um bom acesso à informação e à atualização”, aponta Slongo.
“Constata-se ainda na pesquisa que os produtores apresentam um elevado grau de satisfação com a sua condição de agricultor e, em especial, por ser produtor de tabaco. Esta constatação é ratificada pela boa autoavaliação que eles fazem da sua condição de vida”, constata o pesquisador. Segundo ele, os fatores que mais motivam os produtores a continuar produzindo são as perspectivas de renda, a garantia de venda e a disponibilidade de orientação técnica. Não obstante, foi constatada, ainda, uma queda no número de jovens nos domicílios dos produtores, devido às perspectivas de estudos e outras oportunidades na cidade.
Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, os resultados reafirmam a importância econômica e social do tabaco no meio rural. “Em muitos momentos temos ouvido que o produtor de tabaco vive em uma situação de vulnerabilidade, mas a pesquisa desmonta essa narrativa”, afirma ele.