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Bombeiro Militar: transporte com segurança na proteção à vida

2º Sargento Aguiar Luis da Silva Araújo, do 6º Batalhão de Bombeiro Militar, fala sobre a trajetória e orgulho em ser motorista

Ana Souza
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Um motorista que se dedica no salvaguarda da vida das pessoas, assim é o 2º Sargento do 6º Batalhão de Bombeiro Militar (6º BBM), Aguiar Luis da Silva Araújo, 39 anos, natural de Rio Pardo. Em 17 de fevereiro de 2023 ele completará 20 anos de efetivo serviço. Filho de caminhoneiro, desde pequeno participa das procissões alusivas ao Dia do Colono e do Motorista. “Uma data muito festiva. Os caminhoneiros deixam os veículos em dia e ‘brilhando’ para o desfile nas carreatas. Esta é uma data que sempre pedimos proteção.” Os bombeiros participam anualmente da carreata de São Jorge Guerreiro, realizada pelo Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum, de Santa Cruz do Sul, conduzindo a imagem do orixá Ogum, símbolo de proteção aos trabalhadores. Como padroeiro os motoristas têm São Cristóvão.

Aguiar ingressou na Brigada Militar em 2003 na Academia de Porto Alegre a qual denominava-se Escola de Bombeiros. Após a formatura foi exercer a profissão de militar em Caxias do Sul. Adquirir experiência ao volante já despertava o interesse, tanto que em 2005 fez habilitação para motorista de caminhão e ônibus e em 2009 para carreta. Desde 2005 ele exerce também o trabalho como instrutor de trânsito. Por despertar a afinidade com o trânsito, em 2012, ainda pertencente à instituição da Brigada Militar, iniciou-se o Centro de Formação de Condutores da BM. Assim ele passou a ser instrutor do CFC. Ele enfatiza que funciona como um Detran normal, mas que forma apenas os militares. Em 2016 a BM e os Bombeiros se desmembraram e cerca de três anos após, foi fundado o CFC do Corpo de Bombeiros. “Está vinculado à Academia de Bombeiros, no qual administramos aulas para todo a corporação do Rio Grande do Sul, quando fazemos a troca de categoria de nossos condutores”, explica.

O sargento explica que para se tornar motorista das viaturas da corporação, os bombeiros passam pelo curso de Condutor e Operador de Viaturas (COV). “Sempre procuramos nos qualificar e nos atualizar para desenvolver a profissão. É um curso complementa a parte teórica que é o Condutor de Veículo de Emergência, exigido pelo Código de Trânsito, com 50 horas. Neste contexto trabalha-se as peculiaridades de cada viatura, pois uma é diferente da outra.”

Quantas as ocorrências, o bombeiro enfatiza que uma é diferente da outra e a mais importante é a que virá a acontecer no próximo chamado. “Não tenho como citar um momento marcante, pois são inúmeros. O trabalho de bombeiro é muito amplo. Saímos no trânsito com um veículo especial e, dentro do Código de Trânsito, temos uma prioridade mas, não podemos esquecer da vida dos outros. Não é porque estou com a sirene ligada que vou poder ultrapassar os limites, precisamos ter a responsabilidade de conduzir e diminuir o tempo de resposta para o atendimento da ocorrência. O deslocamento deverá ser feito com total segurança, pois quando estou indo atender uma vítima, passo por centenas de vidas e estas, num descuido ou imprudência, podem se tornar vítimas também. Devemos chegar rápido, mas com total segurança dos bombeiros e dos demais ao longo do trajeto. Temos que estar atentos aos fatores do trânsito, as condições climáticas e ao estado físico e mental do condutor.”

Sargento Aguiar frisa que o emocional tem que estar sempre controlado. “Durante as fases do concurso para a Corporação, passamos por provas teóricas e práticas e a temática inclui a questão de atendimento psicológico, que traça um perfil do profissional. Eu trabalho como motorista e também como Comandante de Guarnição. Sempre estamos atentos ao trabalho de todos os profissionais, nos ajudamos. Também há períodos constantes de reciclagens. O motorista de viaturas é fundamental porque é ele que conduz a guarnição até o chamado para atender a ocorrência. Devemos estar muito bem focados e preparados para chegarmos o mais rápido possível e, com total segurança. Em uma ocorrência devemos sempre nos colocar no lugar da vítima, para que possamos nos solidarizar e fazer um atendimento o mais eficiente possível. Toda a guarnição é inserida, desde o atendimento ao telefone até o final da ocorrência.”