Início Geral JTI anuncia investimento de R$ 126 milhões em Santa Cruz do Sul

JTI anuncia investimento de R$ 126 milhões em Santa Cruz do Sul

Multinacional confirmou o valor durante visita do governador Eduardo Leite ao Município

As instalações da JTI visitadas por Leite se localizam no bairro Industrial – Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Nesta terça-feira, 20, durante o evento Tá na Hora, promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, a Japan Tobacco International (JTI) anunciou o plano de investimentos de R$ 126 milhões no município até o final de 2023. O valor será aplicado em ampliações e otimizações da operação de tabaco da empresa.

“Para a JTI, o Brasil é um mercado com grande potencial de crescimento. Grandes investimentos são contínuos, a começar pela chegada da primeira fábrica de cigarros da empresa na América do Sul em 2018. Àquela época investimos R$ 85 milhões. Atualmente, estamos finalizando a instalação do processo primário para manufatura de cigarros, um projeto orçado em R$ 75 milhões. E para a operação de tabaco em folha, temos planos de fortes investimentos nos próximos três anos”, resumiu Paulo Saath, líder da operação de tabaco da JTI no Brasil.

Segundo o executivo, a entrega constante de volume e de qualidade de tabaco produzido junto aos 11 mil produtores integrados na região Sul faz com que a operação da JTI do Brasil seja uma das mais estratégicas para a expansão da empresa no mundo. Daí a confiança da multinacional japonesa em viabilizar o investimento.

O investimento foi anunciado na presença do governador Eduardo Leite, convidado do Tá na Hora. “Quero agradecer o anúncio da JTI e a confiança de promover esse investimento em Santa Cruz do Sul, o que muito nos honra. É uma expressão de confiança na economia do Estado. Vamos trabalhar para continuarmos merecedores da melhor análise para os investimentos da JTI em nosso Estado. A gente espera que essa confiança possa reverberar para outros empreendedores aqui do Rio Grande do Sul”, disse o governador.

Visita à fábrica de cigarros

Após a coletiva, o governador e a comitiva que o acompanhou visitaram a fábrica de cigarros da JTI.  A unidade está finalizando a instalação do processo primário de manufatura de cigarros. Trata-se da etapa que converte as folhas dos diferentes tipos de tabaco (Virgínia, Burley e Oriental) em misturas de tabaco desfiado de acordo com receitas específicas para a posterior fabricação dos cigarros. A partir de agosto, quando a instalação estiver concluída, a JTI no Brasil será a única operação da empresa no mundo a ter todas as etapas da cadeia produtiva do tabaco; da pesquisa e inovação no campo às vendas e distribuição de cigarros no Brasil. “Encurtaremos a rota logística do tabaco produzido nos Estados do Sul. Hoje, depois de processado, ele é enviado para a fábrica da JTI na Alemanha, onde esse processo primário é realizado, e então volta para o Brasil para que a nossa fábrica inicie a manufatura do cigarro. Agora, parte do tabaco processado aqui em Santa Cruz do Sul continuará no município. Isso diminui custos de operação, prestigia o tabaco produzido em solo brasileiro, além de aumentar a nossa agilidade na resposta à demanda do mercado consumidor”, detalha Saath.

Reforma tributária e o impacto no setor

Apesar dos impactos negativos do mercado ilegal – atualmente representando 49% do total segundo Ibope/Ipec 2020 -, a JTI continua investindo no País.

Mas a reforma tributária será decisiva para o setor se manter sustentável no Brasil. Hoje os impostos sobre os cigarros variam de 70% a 90%, dependendo do Estado. No Rio Grande do Sul a carga chega a 78%.

Atualmente, a discussão sobre a reforma tributária na Câmara dos Deputados em Brasília prevê a substituição dos tributos atuais por apenas dois: Contribuição por Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). O primeiro seria cobrado sobre qualquer bem e serviço e o segundo, sobre determinados itens, como tabaco, bebidas alcoólicas e açucaradas.  “Se a CBS seguir o princípio da isonomia, as regras de cálculo serão as mesmas para todos os produtos e serviços. Se o IS seguir o princípio do imposto progressivo, produtos mais caros pagarão mais imposto. Isso significa tornar o cigarro legal mais competitivo em relação ao cenário atual. No modelo de tributação vigente, aos produtos legais de menor valor incide uma carga maior de imposto”, explica Flavio Goulart, diretor de Assuntos Corporativos & Comunicação da JTI.