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Junho Vermelho alerta para a doação de sangue

Hemovida de Santa Cruz está com estoque satisfatório, mas sempre atento às validades dos componentes sanguíneos

Luciana Mandler
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Rosa de Fátima Vieira aproveitou a manhã dessa terça para doar sangue. – Foto: Rolf Steinhaus

Atualmente, o estoque do Banco de Sangue Hemovida, anexo ao Hospital Santa Cruz (HSC), é considerado satisfatório. Entretanto, a demanda por transfusões aumentou após a região de Santa Cruz sair da bandeira preta. “Observando que na bandeira preta os procedimentos eletivos estavam suspensos ‘ficando represados’, após liberação dos procedimentos cirúrgicos eletivos a demanda por transfusão aumentou consideravelmente”, alerta o enfermeiro do Hemovida, Mateus Antunes.

O enfermeiro explica que o Hemovida trabalha com um estoque mínimo, tentando deixar pelo menos 30 unidades de cada tipo sanguíneo no que se refere às hemácias. Porém, o profissional observa a necessidade maior pelas tipagens negativas, “a qual nunca conseguimos atingir esse estoque mínimo ‘necessidade maior pelos O negativos e A negativos’”, aponta.

Doar sangue é um ato de amor ao próximo e salva vidas. Pensando em conscientizar sobre a importância da doação de sangue é que anualmente ocorre a campanha Junho Vermelho. A escolha do mês de junho se deu em virtude de ser considerado o período de maior escassez nos estoques de sangue por registrar redução no número de doadores no Brasil.

Camila Dores Lopes, 22 anos, doou sangue pela primeira vez na manhã dessa terça-feira, 8, e diz ter se sentido bem, apesar da pressão ter caído, mas logo em seguida melhorou. Para ela, doar sangue é uma decisão nobre, “um ato de solidariedade e amor ao próximo. Pois em pensar que eu posso até salvar vidas, me motiva muito”, relata.

AS DOAÇÕES

O enfermeiro Mateus Antunes reforça que, se comparado aos outros anos, houve considerável diminuição nas doações. “O ano de 2020 foi menor que 2019, devido às medidas contra Covid, reclusão/isolamento, fechamento do comércio, cursos, faculdade, etc”, revela. “Em 2021, se comparado ao ano passado, tivemos uma queda nas doações, principalmente nos meses de abril e maio/2021. Com uma expressiva melhora agora em junho deste ano devido auxílio de alguns grupos, empresas, entidades”, completa.

Antunes conta que desde o início da pandemia foi constatada uma diminuição nas coletas, uma média de 15 a 20 doações/dia. “Claro que em alguns dias coleta-se 30 e no outro 10 doações. Existe essa variável devido alguns fatores, dia de semana, período do mês, clima, feriados, dentre outros. Faz-se uma somatória e tira-se a média/dia”, esclarece. Antes da pandemia a média/dia era de 25 a 35 doações. “Nossa necessidade hoje é coletar no mínimo de 25 a 30 doações por dia”, acrescenta.

A procura por doação melhorou neste mês de junho. “Entretanto, sempre estamos em campanha, parcerias com entidades, empresas, grupos, para assim conseguir fazer a manutenção diária dos estoques”, frisa.

A doação de sangue é importante e precisa ser observada, pois, a coleta diária se faz necessária, observando as demandas e levando em consideração as validades dos componentes. “As hemácias têm validade de 35 dias, as plaquetas prazo de cinco dias, o plasma fresco congelado e crioprecipitado com validade de 365 dias”, sublinha.

Em relação às plaquetas é preciso fazer a manutenção diariamente observando mapa cirúrgico, solicitações de transfusão e reservas. O enfermeiro chama a atenção ainda para tipos sanguíneos que há uma demanda maior: Tanto positivo quanto negativo – maior parcela da população – seguindo da tipagem A positivo e negativo. “Sendo assim, não é viável coletar dezenas de unidade em um único dia e nos demais não coletar”, reflete. “É necessário ter uma constância nas doações para que tenhamos datas de validades diferentes”, complementa.

O enfermeiro do Hemovida destaca que a doação é de extrema importância para manutenção dos estoques e atendimentos aos pacientes que necessitam para manutenção e recuperação de seu estado de saúde. Ainda salienta que existe uma grande quantidade de procedimentos que se faz necessária para transfusão pré, trans ou pós-operatório. “Podendo até ser adiado ou suspenso o procedimento por falta de sangue – observando procedimentos não urgentes”, enfatiza.

Se você ainda não doou, mas tem vontade. O ato é simples, rápido e não dói. O Hemovida de Santa Cruz do Sul funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h, sem fechar ao meio-dia. Também abre sempre no primeiro sábado de cada mês, das 7h30 às 12h.