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Mês da Mulher: A força feminina no interior

Jacinta Gais:

Ricardo Gais
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Um local calmo, com ventos que sopram de um jeito diferente e alguns animais circulam livremente pelas estradas. Este é o interior. Onde costumes antigos estão presentes e são passados de geração em geração. No campo, o trabalho muitas vezes é pesado e sem hora para acabar, e nesse trabalho, está presente a força feminina. A mulher rural.
Para ver de perto como funciona o trabalho de uma mulher no campo, o Riovale Jornal se locomoveu até a comunidade de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, para bater um papo com uma mulher trabalhadora do campo.
Jacinta Maria Gais, 56 anos, é casada com Aloísio Gais que juntos possuem três filhos, Andrea, Monica e Rogerio Gais. Atualmente somente o filho mais novo mora em casa. A família tem como principal fonte de renda o plantio de tabaco, mas também realiza a plantação de milho para alimentar os animais. A horta com hortaliças e hortifrútis para consumo próprio também está em evidência ao lado da moradia. No interior é muito comum as famílias terem ao menos um espaço da terra destinado para a horta que é um espaço no qual cultivam diversos produtos sem o uso de agrotóxicos, como cenoura, alface, pimenta, etc.
O dia a dia da mulher no campo é bem diferente da cidade, porém possui alguns pontos em comum. Para realizar todas as ativardes do dia, Jacinta acorda por volta das 6 horas e prepara o café da manhã para a família com gostosos produtos coloniais. 
Após, ela e o marido seguem com os afazeres no galpão, onde estão os animais como boi, vaca e porcos. Todos os animais são tratados com pastagem, milho e ração, e os bovinos são liberados para circularem no potreiro. Feito isso, o marido segue realizando outras atividades e Jacinta começa com outros afazeres como ir ao galinheiro coletar os ovos e tratar as galinhas. Esta é uma rotina realizada diariamente por ela, não importando o clima de chuva ou sol. 
Outras atividades são desempenhadas ao longo do dia quando não há a colheita do fumo, assim sobra tempo para outras funções. Jacinta faz a limpeza da horta e com uma enxada nas mãos, delicadamente tira o mato ao redor das hortaliças, mas, ela também usa sua força quando a terra merece um tratamento diferenciado como preparar o solo para uma nova plantação. 
“Quando está perto do meio-dia vou para a cozinha fazer o almoço e descansar para a tarde seguir com as tarefas”. cometa Jacinta. Antes de começar as atividades durante a tarde, a família senta-se em baixo de uma sombra para tomar chimarrão. Após, cada um volta para o que estava fazendo e Jacinta na lavoura começa seu trabalho. Perto de anoitecer ela volta a tratar os animais e leva as vacas para o curral para tirar leite.
Os fins de semana para Jacinta são dias reservados para afazeres caseiros como deixar a casa limpa e cheirosa, lavar roupas, além de fazer pães e cucas, com receitas de sua mãe, passear nos amigos ou receber visitas. “Quando estamos na época de plantio e colheita do fumo, o foco é nesse trabalho, que inicia ao nascer do sol e só termina à noite, assim, alguns afazeres não são feitos” comenta. 
“Estar no campo e trabalhar da forma em que fica melhor para nós mulheres é gratificante”, conclui Jacinta. Na localidade, uma vez por mês ocorre um encontro somente de mulheres rurais chamado “Alegria de Viver”. Ele é promovido pelo Sindicato Rural e Emater do município.

A rotina de alimentar os animais começa cedo, muitas vezes antes do sol raiar