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Morte do ex-prefeito Telmo Kirst completa um ano

Foto: Arquivo/RJ

Nesta segunda-feira, 20, completa um ano da morte do ex-prefeito de Santa Cruz do Sul, Telmo José Kirst, 76 anos, que faleceu no Hospital Ana Nery. Ele estava em tratamento contra um câncer por dois anos.

O velório do político ocorreu no Palacinho, na Praça da Bandeira, reunindo diversas autoridades do Município, região e Estado. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério Católico.

Uma trajetória de sucesso na política

Um dos políticos mais importantes da história de Santa Cruz do Sul, o prefeito Telmo José Kirst, deixa para a comunidade santa-cruzense uma longa trajetória para ser lembrada na posteridade.

O prefeito tratava um câncer há dois anos. Em 2018 foi diagnosticado com tumor no intestino, que se espalhou para outros órgãos agravando as condições de saúde. Telmo fez tratamento com quimioterapia no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com o oncologista Enio Utz.
Telmo Kirst deixou enlutados quatro filhos de seu casamento com Tereza Cristina Sperb Kirst – Luciano Mário, João Paulo, Fernando José e Maria Tereza, e mais quatro netos.

Telmo nasceu em Santa Cruz no dia 7 de abril de 1944, filho de Pedro Kirst e de Olinda Kirst. Formou-se na Faculdade de Direito de Santa Maria, onde exerceu a presidência do diretório acadêmico do curso.

Telmo deu a largada para a sua carreira política em 1972. Nas eleições daquele ano, elegeu-se vereador pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que, naquela época, apoiava o regime militar existente no Brasil. Em 1976, Telmo foi reeleito vereador. Na Câmara, ele chegou a ser presidente da ‘Casa do Povo’.

Em 1978, foi candidato a deputado federal, ainda pela Arena, e garantiu uma suplência. Em março de 1979, assumiu uma vaga na Câmara dos Deputados em lugar de Augusto Trein, que havia sido nomeado secretário pelo governador José Augusto Amaral de Sousa. Assim, Telmo renunciou ao mandato de vereador e, como deputado, tornou-se titular da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas e suplente da Comissão de Comunicação da Câmara federal.

Com o fim do bipartidarismo entre Arena e MDB, em 1979, Telmo passou a fazer parte do Partido Democrático Social (PDS), agremiação que substituiu a Arena. Ele reelegeu-se deputado federal em novembro de 1982 e iniciou novo mandato em 1983. Logo em seguida, licenciou-se da Câmara dos Deputados para tornar-se secretário estadual de Transportes no governo de Jair Soares. Telmo permaneceu como secretário até 1986 e reassumiu como deputado federal.

No mesmo ano, 1986, ele conseguiu mais uma reeleição como deputado federal, desta vez como constituinte, novamente pelo PDS. Começou seu terceiro mandato na Câmara em fevereiro de 1987. Na ocasião, iniciavam também as atividades da Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Telmo foi titular da Subcomissão de Defesa do Estado, da Sociedade e de sua Segurança, da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições. Foi suplente da Subcomissão de Tributos, Participação e Distribuição das Receitas, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças.

A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988, e o Congresso voltou ao seu funcionamento ordinário. Com a situação assim definida, Telmo ocupou uma vaga como titular da Comissão de Transportes da Câmara e foi suplente da Comissão de Agricultura e Política Rural. Em 1990, integrou a Comissão de Educação, Cultura e Desporto e foi suplente da Comissão de Viação, Transportes, Desenvolvimento Urbano e Interior e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.

Foi reeleito mais uma vez para a Câmara dos Deputados em novembro de 1990. Assumiu seu quarto mandato consecutivo em 1991. Virou titular da Comissão de Viação, Transportes, Desenvolvimento Urbano e Interior e suplente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara. Em setembro de 1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment contra o presidente Fernando Collor de Melo. Afastado da presidência, Collor renunciou em dezembro de 1992 e acabou substituído pelo vice-presidente Itamar Franco, que já ocupava a presidência interinamente.

No mesmo ano, Telmo foi membro da Comissão de Defesa Nacional da Câmara. Em abril de 1993, foi um dos fundadores do Partido Progressista Reformador (PPR), que surgiu da fusão entre PDS e o Partido Democrata Cristão (PDC). Tornou-se titular das comissões de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias e de Viação e Transportes e suplente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática.

Em 1994, Telmo foi reeleito como deputado federal, desta vez pelo PPR. Assumiu sua vaga na Câmara em fevereiro de 1995. No mesmo ano, entrou no Partido Progressista Brasileiro (PPB), uma fusão do PPR com o Partido Progressista (PP). Nas votações de emendas constitucionais em 1995, votou com a base governista favorável ao presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Em 1996, assumiu como secretário estadual de Obras, Saneamento e Habitação, no governo de Antônio Britto (PMDB). Em 1997, foi exonerado temporariamente no governo do Estado para votar, na Câmara, a favor da emenda constitucional que instituía o direito à reeleição para prefeitos, governadores de estado e o presidente da República.

Telmo retornou ao governo Britto, mas ainda em 1997, no mês de novembro, saiu do governo e voltou à Câmara dos Deputados em definitivo. Em 1998, foi indicado para ser membro titular da Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior, na Câmara. No mesmo ano, Telmo disputou novamente as eleições pelo PPB e foi reeleito mais uma vez. Assumiu seu novo mandato no Legislativo federal em fevereiro de 1999.
Nos anos 90, colaborou com a grande fase do Corinthians no basquete nacional e, no final da década, assumiu a presidência do Futebol Clube Santa Cruz. Na década de 90, também deu início ao projeto do Lago Dourado, quando foi secretário de Obras no governo Britto.

Em 2002, Telmo Kirst candidatou-se a deputado estadual pelo PPB e obteve suplência, que seria exercida em 2003, quando o deputado Frederico Antunes deixou o cargo para assumir a Secretaria das Obras e Planejamento do Governo do Estado. Em 2005, Telmo filiou-se ao PMDB, e em 2006, foi nomeado diretor-presidente da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan). Em 2007, assumiu a diretoria da Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM).

Em 2012, pelo PP, Telmo concorreu na eleição para prefeito de Santa Cruz do Sul. Foi eleito com 51,91% dos votos e reeleito em 2016, com 52,25% dos votos.