Início Geral Nós Por Elas: empoderamento feminino no campo

Nós Por Elas: empoderamento feminino no campo

A entrega do certificado de participação do programa Nós Por Elas foi realizada na Unisc

Sara Rohde
[email protected]

O empoderamento feminino mais uma vez foi o tema do programa Nós Por Elas, A voz Feminina do Campo, que entregou certificado às jovens participantes na manhã de ontem, 31, no bloco 16 do Curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Na ocasião, sete das oito meninas se fizeram presentes no evento e falaram sobre suas experiências e aprendizados. 
O projeto Nós Por Elas, que esteve em sua terceira edição, tem por objetivo dar voz às jovens egressas do Programa de Aprendizagem Rural do Instituto Crescer Legal, e proporcionar bolsas de estudo às participantes. As meninas saem do meio rural onde vivem, com apoio de logística, para terem a experiência na área da comunicação e a oportunidade de produzirem um programa de rádio com temas atuais e de suma importância na sociedade. 
A programação com duração de 240 horas trouxe à tona assuntos relacionados à vida de mulheres no campo, empreendedorismo feminino, liberdade de expressão, bem como técnicas de radiojornalismo, conceitos de comunicação, produção de notícias e entretenimento. Quem esteve à frente como mediadora foi a educadora Maria da Graça.
Para a reitora da Unisc, e também fundadora do projeto Nós Por Elas, Carmen Lúcia Helfer, foi uma satisfação ser convidada para ser a fundadora, assim como é uma honra participar de uma experiência tão exitosa do Instituto Crescer Legal. “É muito bonito o que o Iro na presidência e sua equipe estão realizando e conseguindo avançar. Começamos pela região de Santa Cruz, e agora temos meninas de outras regiões também, são poucas, mas o fortalecimento não é a quantidade, mas sim a qualidade do que acontece”, disse. 
A reitora também comentou sobre os assuntos abordados durante o programa. “Elas falam da vida de mulheres no campo e através delas outras mulheres se empoderam e valorizam esse fazer feminino. Ao mesmo tempo amplia a possibilidade de continuidade do estudo, se qualificando e alçando voos muito maiores, podendo cursar um curso superior e uma faculdade, sem que elas desvinculem-se do campo, do meio agrícola”.
Conforme o presidente do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, a integração com a universidade garante uma grande oportunidade para as jovens. “Além da oportunidade para as jovens desenvolverem-se ainda mais, eu diria que é um exemplo muito importante dessa integração do Instituto Crescer Legal com outras entidades. E ainda mais importante, garante a oportunidade de as participantes usarem o conhecimento que a universidade tem através dos professores e do curso de comunicação”. 
Para Iro é uma satisfação estar participando da entrega dos certificados. “Eu fico muito satisfeito de vir até aqui, pois a reitora é uma das fundadoras e uma grande apoiadora das atividades, inclusive sempre está presente quando fazemos o plano estratégico”. 

Fernanda Laís Hauth: 'além de todo conteúdo que a gente estuda, acabamos adquirindo muitos conhecimentos em relação a comunicação e ao nosso relacionamento interpessoal em diversas áreas'

Muito mais que um programa de rádio
Para Fernanda Laís Hauth, de 18 anos, integrante do Nós Por Elas, participar do programa foi muito importante e a responsabilidade é muito grande. “Temos o dever de estudar os conteúdos e levar às mulheres do nosso meio rural. A gente sabe que às vezes elas precisam de um empurrãozinho para chegar e conquistar o que elas querem e os lugares que elas querem, pois sabemos que muitas mulheres do meio rural são ainda submissas aos homens, então queremos que elas se igualem e conquistem seus espaços”, garante.
A jovem moradora de Linha Boa Vista, do segundo Distrito de Santa Cruz, disse que a experiência no programa foi muito boa. “Além de todo conteúdo que a gente estuda, acabamos adquirindo muitos conhecimentos em relação a comunicação e ao nosso relacionamento interpessoal em diversas áreas. É muito gratificante saber que o instituto conta com a gente e que a gente continua participando dessa caminhada”, disse.