Início Painel Cultural O dom de viver da música há mais de 30 anos

O dom de viver da música há mais de 30 anos

Sara Rohde
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Há 25 anos, Dilson é professor de música na Evidências, trabalho enaltecido com muito orgulho – Foto Sara Rohde

Uma inspiração que vem de casa. Assim iniciou a vida artística do músico Dilson Trindade, que ainda criança, após muito ver seu pai tocando violão e alegrando a rotina da família, decidiu aprender os acordes, notas e os embalos do instrumento. Inspiração que o fez abrir novos horizontes em meio à arte e seguir com um propósito: viver da música.

“Comecei a tocar violão com 10 anos de idade porque meu pai já tocava e minha irmã também e sempre teve violão em casa. Meu pai tocava e cantava pra gente e eu comecei a gostar. Os primeiros ensinamentos foram através do meu pai. Depois, com 12 anos, comecei aula de violão com um professor onde eu aprendi a parte técnica e coisas mais difíceis”, contou.

Com 14 anos, o artista começou a tocar profissionalmente em bandas de baile. A primeira experiência foi possível graças ao seu professor de música, que saiu da banda gauchesca Vozes do Campo e cedeu o lugar para Dilson e sua guitarra, instrumento que começou a dominar depois de aprender o violão.

Assim iniciou a rotina de subir aos palcos, o que foi lhe rendendo mais conhecimento. Após integrar a Vozes do Campo, por aproximadamente meio ano, o artista entrou para a banda Filhos de Santa Cruz, também de música gaúcha, onde permaneceu por pouco mais de três anos. Depois de provar os acordes da música tradicionalista, Dilson entrou para a Mercado Banda Show e participou por dois anos, banda em que o André Dreher tocava baixo, relembrou. Após, ele ainda entrou para a Banda Cassino.

Em meados dos anos 90, Dilson formou com amigos a banda Sexto Sentido, muito conhecida pelos frequentadores de festas da região. “A gente tocava pop rock e rock’n roll nas festas, boates e bares da região. Chegamos a gravar um cd com músicas próprias, só que ele não foi lançado naquela época, foi um projeto engavetado”, disse. Fato que ocorreu somente na época, pois quem tem vontade de relembrar os velhos tempos pode acessar o YouTube que vai encontrar o cd completo com todas músicas próprias disponíveis.

A trajetória de trabalhar somente com música estava se encaminhando na vida do artista. Ele já tocava em eventos, mas trabalhava em outra área para angariar recursos para o sustento. Em 1995, um ano depois de abrir a Academia de Música Evidências na cidade, Dilson começou a trabalhar no local. E segue até hoje. “Um ano depois de abrir a escola comecei a dar aulas de violão e guitarra lá. Larguei o outro trabalho que eu tinha e comecei na música, pois eu gostava mais da música”, relatou. Há 25 anos, Dilson é professor de música na Evidências, trabalho enaltecido com muito orgulho.

O guitarrista se tornou professor, mas não deixou de lado os palcos. A carreira não se encerrou na Sexto Sentido, pois entrou na Divulga Som, de Candelária, onde permaneceu por três anos. Quando a banda acabou, os colegas da época resolveram se juntar e formar uma banda menor, um trio ou quarteto, o início da Banda Voga. “No começo eu não participei da Banda Voga, entrei numa outra banda de baile chamada Garotos dos Sonhos, toquei com eles uns três anos também. Foi então que em 2005 me convidaram pra tocar na Banda Voga e permaneço nela até hoje”, contou.

Há 15 anos, Dilson faz parte de uma das bandas mais tradicionais do município, conhecida por animar bailes, casamentos, formaturas e todos os tipos de festa. Hoje, devido à pandemia do coronavírus, os eventos estão parados e a saudade de subir em um palco já está batendo, não só no coração do Dilson, mas de toda a classe artística que vive da música. Graças às aulas particulares, o artista não está parado e está conseguindo seu ganha pão através da arte. Mas, um movimento que diminuiu durante o novo normal.

Quem tiver interesse em aprender guitarra ou violão basta ligar para o Dilson através do telefone WhatsApp (51) 9 8108-1250 ou direto para a Escola Evidências 3056-3120. O músico frisa que dá aulas tanto para crianças, jovens e adultos, como para idosos. Claro, tudo dentro das normas de higiene por conta do vírus.