Início Edison Rabuske - Olhar Parcial Os limites do mercado

Os limites do mercado

Os movimentos que estamos tendo notícia no decorrer do último período demonstram de que os discursos fáceis não resistem ao mundo da vida. As vitórias de líderes neoliberais da Argentina e Chile, ao que indicam os movimentos populares destes países, estão com seus dias contados, em razão da total dissintonia entre a vida das pessoas e o mundo ficcional idealizado pelos arautos das políticas concentradoras de renda da extrema direita.
O Estado mínimo apregoado aos quatro ventos por setores conservadores destes dois Países, dão a dimensão de que o andar baixo da pirâmide social paga conta, com menos saúde, menos educação, menos emprego e políticas públicas de habitação e distribuição de renda, culminando com um processo natural de rejeição de políticas concentradores de renda.
E neste sentido, cabe um alerta para o Brasil, que no decorrer do 2019, através de um governo que demonstra total desconhecimento de políticas públicas para expansão de emprego e renda, acha por exemplo importante, aumentar a cota de compras em freshopping dos aeroportos internacionais, prejudicando de uma vez só o comércio interno e renunciando a receita tributária. Tal exemplo, somente dá a dimensão do descompasso do governo com a vida real dos brasileiros.
E pelo que se observa, tal visão equivocada das políticas públicas de Estado logo adiante vai cobrar sua fatura, pois não é racional acreditar que governo não deve ser um fomentador dos empreendimentos privados e públicos, seja com concessão de bolsas de estudo em universidades públicas e privadas, ou então, com abertura de crédito para empreendedores da construção civil, como inclusive já ocorreu no passado em nosso País.
A gestão pública estatal exige uma compreensão poliédrica da vida de um País, em especial, no caso do Brasil, que é oitava economia do mundo, mas ostenta indicadores péssimos de distribuição de renda. Não há mais espaço para a velha tese da “mão invisível do mercado”, que tudo regula através ainda mais velha cantilena da “oferta e procura”. A sociedade contemporânea exige uma visão holística de seus gestores públicos, e não mera retórica embolorada.