Início Geral Os três grandes ciclos vitoriosos do Grêmio

Os três grandes ciclos vitoriosos do Grêmio

O Grêmio voltou a satisfazer seu torcedor com títulos nos últimos anos, a partir da conquista da Copa do Brasil em 2016. Em 117 anos de história, o Tricolor possui uma rica trajetória de campeonatos alcançados, com o ápice em 1983, ao derrotar o Hamburgo em Tóquio e tornar-se campeão mundial.

Três ciclos maiores de títulos são identificáveis na caminhada gremista desde 1903, ano da fundação do clube:

1) Primeiro ciclo (1911-1939): Em um período de 29 anos, o Grêmio faturou 20 campeonatos da cidade de Porto Alegre e cinco campeonatos gaúchos (1921, 1922, 1926, 1931 e 1932). O Campeonato Citadino de 1935 festejou o centenário da Revolução Farroupilha e ficou conhecido como Campeonato Farroupilha.

2) Segundo ciclo (1956-1968): Foram 13 temporadas, e 12 títulos do Grêmio no Campeonato Gaúcho. Fato destacado ao longo de décadas por jornalistas como Ruy Carlos Ostermann e Lauro Quadros. Além disso, o Tricolor venceu sete campeonatos de Porto Alegre e um título sul-brasileiro (1962).

3) Terceiro ciclo (1977-2001): Foram os 25 anos mais relevantes da história do Grêmio. Duas Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, o título mundial. Em termos intercontinentais, aconteceu uma conquista pouco lembrada: a Copa Sanwa Bank de 1995, que colocou o Grêmio (campeão da Copa do Brasil 1994) contra o Verdy Kawasaky (campeão japonês), em promoção da CBF e da Liga Japonesa.

O terceiro ciclo foi extremamente frutífero para o Grêmio, com um total de sete títulos nacionais (quatro Copas do Brasil, dois Brasileirões e a Supercopa do Brasil em 1990), além de 14 títulos gaúchos, uma Copa Sul-Brasileira (1999), o vice-campeonato da Libertadores (1984) e o vice-campeonato mundial em 1995.

Foi de tal relevância o terceiro ciclo do Grêmio, pois o Tricolor derrotou grandes equipes europeias como os holandeses Ajax e Feyenoord, o português Benfica, os alemães Bayern de Munique e Hamburgo, além do espanhol Barcelona.

E não termina por aí. Vários torneios não-oficiais foram conquistados pelo Tricolor no terceiro ciclo, como é o caso da Copa Renner, em 1996, disputada no litoral gaúcho, um quadrangular que contou também com Sport Recife, Cerro Porteño (Paraguai) e Nacional (Uruguai).

Em termos individuais, o segundo ciclo (1956-1968) provocou um dos desdobramentos internacionais mais importantes da história do Grêmio: em 1970, o lateral-esquerdo tricolor Everaldo foi titular da histórica Seleção Brasileira, tricampeã mundial no México. Everaldo jogou ao lado de feras como Pelé, Jairzinho e Tostão, entre outros grandes craques da equipe canarinho.

Já o terceiro ciclo (1977-2001) apresentou um desdobramento semelhante. Na Seleção Brasileira de 2002, pentacampeã mundial no Japão e na Coreia do Sul, o ex-técnico gremista Felipão comandou o time verde-amarelo. Paulo Paixão e Darlan Schneider, destacados profissionais da história tricolor, foram preparadores físicos naquela Seleção. O jogador Ronaldinho, revelado pelo Grêmio, era um dos craques da equipe brasileira dentro de campo. E, dois jogadores que vestiram a camisa tricolor em 2002, fizeram parte do plantel da Seleção pentacampeã: Anderson Polga e Luizão.

Nelson Treglia – jornalista