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Parceria entre Brigada Militar e Educação ajuda no combate à violência escolar

Desenvolvido para ajudar a combater a violência dentro das escolas, o programa das Comissões de Prevenção a Acidentes e à Violência Escolar (Cipaves), da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), passa a ser uma fonte oficial da Brigada Militar. O convênio foi confirmado, nesta semana, em reunião na Seduc na qual participaram a coordenadora da Cipave, Luciane Manfro, e o chefe do Instituto de Pesquisa da Brigada Militar, major Cilon Freitas da Silva.
“A Brigada Militar terá agora uma senha e ela mesma poderá consultar, no site da Cipave, qualquer tipo de dado de violência registrado pelas escolas que aderiram ao programa. Isso é fundamental para elaborar estratégias de combate à violência”, afirmou Luciane Manfro. 
Mais de 2,4 mil (cerca de 95%) das 2.539 escolas da rede estadual fazem parte do programa, que computa dados sobre tráfico, bullying, furto, racismo e todos os demais crimes ocorridos dentro e no entorno das escolas. Mais do que registrar números, o programa desenvolve estratégias de prevenir a entrada de jovens na criminalidade através de palestras e apoio pedagógico. E, ao mesmo tempo, comunica as autoridades de segurança sobre eventuais focos de problemas.
“Em cima dos números, a Brigada Militar poderá focar na questão da drogadição, dos furtos e dos arrombamentos nas escolas, sempre através do policiamento comunitário”, explicou a coordenadora da Cipave. A Brigada Militar mantém programas preventivos como as patrulhas Maria da Penha e Escolar e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que já atuam em parceria com a Cipave.
“Este tipo de parceria é fundamental para o ambiente escolar em termos de segurança e qualidade de vida aos alunos. Estamos buscando maior aproximação e oportunidades de melhoramento dos serviços prestados em conjunto”, definiu o major Cilon Freitas da Silva.
 
Redução
O mais recente levantamento feito pela Cipave aponta para reduções nas principais ocorrências praticadas no ambiente escolar nos últimos dois semestres. Nos últimos seis meses de 2017, foram registrados 23.870 casos de violência, contra 19.590 de janeiro a junho de 2018 – redução de 18%. Os números levam em conta dados de 986 escolas. “No primeiro semestre deste ano, mudamos a forma de alimentar o sistema. Antes, tínhamos de recolher todos os dados de cada escola e planilhar. Agora, cada escola tem acesso ao sistema e lança seus dados. informa Luciane Manfro.
De acordo com a coordenadora da Cipave, a ação Parceiros da Cipave, implementada no começo de 2018, é um fator que vem contribuindo para a ocorrência de menos crimes nas escolas. São palestras, orientações e atividades, prestadas por voluntários, que conscientizam jovens para problemas como drogas, preconceito e bullying.

Confira, abaixo, a redução de ocorrências:
Ocorrências 2º semestre 2017 1º semestre 2018
Bullying 2860 2118
Depredações, pichações e vandalismo 1049 855
Assaltos na entrada ou saída da escola 250 232
Agressão verbal a professores, funcionários ou direção 3121 2321
Arrombamentos e/ou furtos 282 272
Agressão física a professores, funcionários ou direção 165 137
Racismo 1194 175
Violência física entre alunos 3632 3027
Tráfico, posse ou uso de drogas 328 335
Acidentes de Transito no entorno da escola 119 64
Indisciplina 10870 8686
Fonte – Seduc/Cipave
O único crime onde não houve redução nas denúncias foi o tráfico, posse ou uso de drogas dentro ou no entorno das escolas. Foram 328 casos registrados entre junho e dezembro do ano passado, e 335 no primeiro semestre de 2018. Os números trazem dados de 986 escolas de todo o Estado vinculadas ao programa Cipave.