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Se o fracasso faz parte do sucesso, quando é que o fracasso é fracasso?

Quando eu era guri, lá no Irapuá, município de Caçapava do Sul, eu via os outros meninos andando de bicicleta e tinha uma vontade louca de andar também. Meus pais, então, me presentearam com uma linda bicicleta azul, aro 26, da marca “Odomo”. Logo nas primeiras tentativas, como a bicicleta era bastante alta, eu descia as ladeiras de terra a toda velocidade e me esborrachava no chão. Resultado: vivia com o corpo escalavrado.
Mas você pensa que por causa das minhas inúmeras quedas eu não mais me atrevi a subir numa bicicleta de novo? Que nada! Eu perseverei por mais um tempo e não demorou muito para que eu aprendesse a equilibrá-la e andasse para cá e para lá, inclusive sem as mãos, me divertindo de montão. Foi justamente através das minhas tentativas fracassadas que me tornei um bom ciclista.
Eis aí uma prova incontestável que o fracasso é uma das partes mais importantes do sucesso. Cada tropeço contém lições que nos ajudam a obter êxito. E para alcançar o sucesso em qualquer área da vida, às vezes é preciso ir “aos trancos e barrancos”, sem perder o entusiasmo. Mesmo sabendo disso, por que muitos ainda possuem o tormento de perder maior do que a satisfação de ganhar?
A parábola dos dez talentos contada por Jesus no Livro de Mateus nos esclarece essa questão: segundo ela, certo homem, ao sair de viagem, chamou seus servos e confio-lhes os seus bens para serem administrados. Ao primeiro deu cinco talentos, ao segundo dois, e ao terceiro um talento. Depois de muitos anos o homem voltou da viagem e chamou-os para prestar contas. O que recebeu cinco talentos ganhara outros cinco e o que recebeu dois ganhara outros dois. Porém o terceiro servo agiu de maneira diferente. Tomado pelo medo, pegou seu talento, fez um buraco no chão e o enterrou. O resto da história você já sabe: o homem mandou que tirassem o seu talento e lançou fora o servo inútil.
Mas qual foi o problema do homem com um só talento? Por que ele se recusou a usar o que tinha nas mãos?
A resposta é simples: por estar receoso em arriscar perder o único talento que tinha e ser visto como um fracassado, ele o enterrou. O irônico é que essa atitude, gerada pelo medo de ousar, de arriscar, de fracassar, foi exatamente o que o tornou um fracasso.
E você, está multiplicando os seus talentos ou enterrando-os? Lembre-se: o fracasso, só é fracasso, quando não se faz uso do talento que se tem.