Início Max Severo Um pouco de tudo

Um pouco de tudo

Segunda-feira, 17 de julho, fui “acordado” com um post do Luis Augusto Campis com a Orquestra da Unisc apresentando uma versão maravilhosa do The Who. Estava amanhecendo um dia como outro qualquer. Pela janela do quarto a manhã se movia com os passos dos trabalhadores, o som das conversas e uma bruma densa cobrindo as imagens. É o nevoeiro onde ele sempre existiu. E o dia andou com todas as suas nuances da normalidade de sempre às surpresas dos noticiários.

Uma mulher negra de 51 anos tem o seu pescoço pressionado pelo coturno de um policial militar em um bar na zona sul de São Paulo. O motivo? – Tentar defender um cliente do seu pequeno negócio. Logo me veio à lembrança uma outra imagem semelhante ocorrida nos EUA onde George Floyd acabou morrendo depois de algo semelhante. A mulher era a dona do estabelecimento e pedia para a polícia parar de agredir um frequentador. Não teve voz – levou socos e teve o pescoço pressionado pelo agente da lei. A ira contra Floyd desencadeou um movimento em nível mundial. Aqui, uma nota em jornal. É essa a grande dor que sentimos. Nossos moradores em periferias são agredidos “normalmente” pela lei e poucos se indignam. Aliás, tem os que criticam os direitos humanos por defender essas barbáries.

Na paleta as cores dos pássaros extraído das câmeras de Bebeto Alves na exposição virtual que faz ao lado de Antônio Augusto Bueno e que tem como curador José Francisco Alves. O nome do trabalho exposto é Voo da Pedra e conta com a contribuição do Antônio nas intervenções em traços sobre as já trabalhadas imagens captadas por BeAlves. Convido aos leitores a se apressarem e participarem deste momento mágico – https://balvesphoto.46graus.com/. Tecla neste endereço e vai.

Entre os retratos emblemáticos da semana surge em Ipanema, Rio de Janeiro, o treinador do Grêmio Renato Portallupi sendo reprendido pelos PMs por estar praticando esportes onde não estava liberado e sem máscara. Renato é um ídolo do Grêmio como atleta e hoje faz uma carreira brilhante como treinador mas, convenhamos, tem um comportamento egoísta, beirando o narcisismo – a ele tudo, aos outros o que ele ofertar. É um rei sem trono.

Em Brasília uma ema pica o presidente da república. A revolução começa pelas emas.

Chegamos a sexta-feira, dia do Protetor da Florestas. Pobre Curupira que anda meio que sem forças para segurar os desmandos autorizados pelo governo federal na destruição de nosso maior tesouro que hoje se admite na acepção da palavra. A floresta amazônica, ao contrário do que diz o genro do Sílvio Santos, nomeado para o Ministério da Comunicação, que o Amazonas era feito de 85% de mata Atlântida. A floresta hoje é moeda de troca com os países ricos da Europa que ameaçam deixar de fazer negócios com o Brasil caso não se faça nada para impedir que continue a destruição que nada mais é do que um agrado de Bolsonaro aos produtores rurais que ali, além de criar gado, querem agora plantar soja e envenenar as águas.

Amanhã é sábado e o fim de semana se agiganta para termos mais pessoas nas ruas? A ameaça permanece no laranja caso se continue a acreditar que a Covid-19 é uma gripezinha. Não é. Temos quase 80 mil mortos e perto de 2 milhões de infectados. Essa doença mata mais que acidentes de automóvel, enfarte e ainda assim tem quem duvide que ela seja devastadora. Torçamos para que os santa-cruzenses tenham a consciência necessária de fazer o dever de casa e não ficar culpando secretário e prefeito pelo que está acontecendo. A culpa é do povo, não adianta negar.

Hoje é dia de novo anúncio do governador a respeito da bandeiras. Talvez pouca coisa mude, mas é preciso estar atento ao que a Sociedade Rio-Grandense de Infectologia declarou em nota nesta semana. A única solução é o lockdown. Ou salvamos vidas e a economia, ou morreremos abraçados.