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*Jair, o cancelador de vidas*

“A expressão ‘CPF cancelado’ é usada por policiais e grupos de extermínio em referência a alguém que foi assassinado, geralmente, por um grupo inimigo. Para os críticos, o presidente errou ao tirar a fotografia não só por seu cunho violento, mas no contexto da pandemia de Covid-19”. No Brasil, mais de 390 mil pessoas já morreram vítimas de Covid. (Fonte: Poder 360º)

Sou um crítico contumaz do presidente Jair. Desde antes de ele ser eleito e quando grande parcela de conhecidos o idolatrava, combatia-o pela história medíocre como militar, quando planejou atentar contra colegas de farda com bombas por aumento salarial. Saiu do Exército para ingressar na vida política do Rio de Janeiro como vereador. A partir dessa primeira eleição, arriscou outros voos e chegou a deputado federal com uma atuação pífia.

Em 2016, quando do julgamento do impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, ao proferir seu voto, fez discurso idolatrando o torturador Brilhante Ustra, um demônio que até ratos colocava nas vaginas das torturadas.

No seu currículo (ou será ficha corrida?) chegou a dizer em campanha que a ditadura matou poucos. Que deveria ter tirado a vida de muitos outros “esquerdistas”.

No poder, o presidente fez as mais indecentes estripulias, reformando a aposentadoria e flexibilizando as leis trabalhistas, beneficiando o grande empresário e sujeitando ao povo trabalhador à falta de emprego e a miséria, além de vender a preço de xepa parte da Petrobrás.
Em menos de dois anos no Planalto, gastou de forma absurda os 300 bilhões de dólares que os governos petistas deixaram como reserva.

E olhe leitor, que nem mencionei a participação dele como beneficiário da Lava Jato, a maior farsa jurídica que o mundo já viu, criminalizando um partido e tirando do páreo o favorito para as eleições de 2018, que era Luiz Inácio Lula da Silva.

Semana passada, dando continuidade às manifestações criminosas (que passaram pela gripezinha, incentivo ao kit de cloroquina e ivermectina, que nem um efeito positivo trouxe aos doentes de Covid; deboche ao uso da máscara e até a proibição de compras de vacinas), pousou para foto em Manaus, na Capital amazonense, com um cartaz imitando um cartão de CPF onde se lia “CPF cancelado”, riu a se esbaldar frente às câmeras. Nada do que foi feito até então, pareceu-me mais agressivo e criminoso do que este mais um deboche e descaso com a mortandade causada pelo coronavírus em decorrência da Covid-19.

Jair Bolsonaro não se mostrou apenas um idiota. Mais uma vez fez emanar de si o espírito genocida, criminoso e miliciano que tem.
O Brasil corre riscos graves com a manutenção dele na presidência. Países antes parceiros se afastam das relações de comércio para conosco e fazem prever a aceleração da miséria, do desemprego, da “venezualização” do País. Sim, ele, que acusava que se o PT ganhasse as eleições teríamos aqui uma Venezuela, está promovendo o caos que, se nada for feito, acabará causando uma crise de grandes proporções, fazendo com que a população passe a agir, e essa ação não será pacífica. Prevê-se quebra-quebra e saques a supermercados em busca de comida.

Deixo para reflexão uma frase da coluna do ex-governador Tarso Genro, em Sul 21, no dia 25 de abril, com o título Manaus e Berlim: o STF dirá se nós, no Brasil, já morremos: “Certamente historiadores ilustres no futuro, saberão olhar em profundidade o deserto político e moral que nos impingiram com a criação do bolsonarismo. Seu certificado de validade é cimentado pelo compromisso do liberal-rentismo como fascismo redivivo, destinado à destruição do Estado Social, mesmo que ele custe 500 mil mortos – ou mais – no fim deste perverso capítulo da nossa História”.