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Um pouco do meu lado cristão

Dizer que um assunto “não se discute” é o mesmo que admitir que não se quer conhecer uma perspectiva diferente ou que o simples gesto de dar ouvidos a um novo modo de pensar – ou de viver – é tão ofensivo que pode descambar para um bate-boca sem fim. Na última coluna escrevi sobre um dos três temas que fazem parte do grupo dos assuntos “não discutíveis”: política. Hoje permita-me expressar um pouco do que penso sobre religião (ah, não tenho a pretensão de fazer com que você concorde comigo).

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Há pessoas que dizem que sou religioso. Não sou! Sou cristão. É diferente! Uma pessoa religiosa segue as regras dadas por sua religião. Um cristão crê, vive e prega sobre os ensinos de Jesus Cristo contidos nas sagradas escrituras. Além disso, entendo que a religião domestica em vez de libertar, separa as pessoas mais do que as une.

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Dia desses fui a um casamento onde a avó, católica, emburrada, se recusou a participar porque a neta escolheu um pastor para fazer a cerimônia. Outro dia dei palestra numa cidade do oeste catarinense e alguns evangélicos se recusaram a assistir porque o lugar escolhido foi a igreja católica. Atitudes como essas mostram que a tendência de uma pessoa religiosa é de interpretar a religião dos outros como um verdadeiro “apartheid social”. Ela exclui todos que não pensam ou vivem da mesma maneira que ela.

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Não as julgo, outrora fiz o mesmo. Entretanto, com a busca pelo bom discernimento da vida cristã entendi que a maior liberdade que Jesus conquistou para o cristão é a liberdade de amar o próximo como a si mesmo. Anos atrás tive o privilégio de palestrar para a Diocese de Cachoeira. O bispo dom Irineu Wilges me apresentou como o primeiro leigo mundano a falar para padres. Mês atrasado me senti honrado ao realizar a cerimônia de bodas de ouro dos meus pais em parceria com o padre Jorge Antonio Hudson, que fez a exposição da palavra de Deus.

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Pessoalmente, acredito ser essa uma das principais atitudes de um cristão, respeitar a crença de cada um e o direito das pessoas de serem diferentes. Como escreveu Rick Warren: “O fato de você ter um piano em casa não faz de você um pianista, assim como o fato de você ir à igreja não faz de você um cristão”.