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26 anos de cuidado com o passageiro

Trajetória de Gelsonir Back iniciou na Viação União Santa Cruz como cobrador, em 1996. Desde 2000 o motorista cruza os três estados do Sul do Brasil como motorista

Luísa Ziemann
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Entre as diversas formas de seguir a vida como motorista profissional, uma das que mais atrai quem adora trabalhar atrás de um volante é a de motorista de ônibus – sobretudo os que percorrem vias interestaduais e até mesmo internacionais. A possibilidade de cruzar cidades, estados e também ultrapassar a fronteira brasileira é que motiva o motorista Gelsonir Back todos os dias.

O motorista profissional, que é natural de Santa Cruz do Sul, vem escrevendo sua história pelas estradas do Sul do Brasil há 26 anos. Sua trajetória iniciou na Viação União Santa Cruz como cobrador, em 1996. A empresa lhe deu oportunidades de crescimento e a união segue firme e forte até hoje. “Logo passei para motorista de caminhão e no ano de 2000 passei a ser motorista de ônibus. De 2017 até o momento também exerço a atividade de motorista instrutor”, conta.

Para Back, o maior privilégio que sua profissão traz é a oportunidade de conhecer, mesmo que de maneira muito breve, diversos lugares. “ O que mais me atrai é nunca estar no mesmo lugar e sim em vários lugares, passando por diversas cidades, estados e até mesmo países”, salienta o motorista, que hoje faz as linhas Santa Cruz x Porto Alegre, Santa Cruz x Caxias do Sul e Santa Cruz x Santa Maria, além de outros trajetos até Santa Catarina e Paraná. “Gosto dessa sensação de liberdade. Ser motorista é ter muitos caminhos, inúmeras histórias e um só objetivo: levar os passageiros em segurança aos seu destinos.”

Entre as centenas de histórias vivenciadas em mais de duas décadas de profissão, Back lembra de uma inusitada. “Em uma viagem que fomos até Balneário Camboriú tinha um passageiro que em cada lugar que a gente parava o ônibus ele me avisava que queria descer em Palhoça, Santa Catarina. Ele me avisou isso assim que embarcou, e me lembrou em Sombrio, Araranguá, Tubarão, Laguna. Todo lugar ele me lembrava. Quando cheguei em Palhoça fui chama-lo e o rapaz não estava dentro do ônibus. Pensei “poxa e agora onde ficou o rapaz?”, relembra.

O motorista conta que a situação deixou ele muito intrigado. “Perguntei aos demais passageiros se alguém tinha visto ele, aí uma senhora me falou que o rapaz havia descido em Araçatuba. Aí lembrei que lá tinha só uma passageira pra descer. Com a menina não tinha bagagem e era um ônibus Doble Deker, que a porta fica no meio do veículo, a menina desceu e eu fui embora. Só que o rapaz desceu junto para me avisar mais uma vez que queria ficar em Palhoça, como era madrugada e estava escuro eu não percebi. Resumindo: fui embora e ele ficou na beira do asfalto. No fim deu tudo certo, logo veio um ônibus de outra empresa e deu carona a ele.”