Aulas de Língua Portuguesa. Leituras. Textos. Escrita. Reescrita. Poemas. Memórias Literárias. Estas palavras e situações são vivenciadas diariamente nas escolas. Milhares de alunos convivem, durante sua trajetória escolar, com a leitura e a produção textual, responsáveis pelo desenvolvimento de inúmeras habilidades e competências necessárias à formação de um cidadão completo, consciente e capaz de se comunicar com eficácia, nas mais diversas situações, ao longo da vida.
Neste contexto, a Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, desafia as escolas da rede pública em todo o país, a se envolverem em concursos bienais, que consistem, essencialmente, no trabalho com diferentes gêneros textuais, abordando o tema “O lugar onde vivo”. É uma proposta onde o aluno tem a oportunidade de escrever seus textos resgatando histórias, estreitando vínculos com a comunidade e ainda proporciona oportunidades ímpares de desenvolvimento de leitura, escrita, pesquisa, debate, além de incitar um novo olhar sobre a realidade que o cerca.
A Olimpíada da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social e tem a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e envolve as seguintes categorias e gêneros textuais: Poema (5º e 6º anos do Ens. Fundamental); Memórias Literárias (7º e 8º anos do Ens. Fundamental); Crônica (9º ano do Ens. Fundamental e 1º ano do Ens. Médio) e Artigo de Opinião (2º e 3º anos do ens. Médio).
CONSTÂNCIA
Desde o mês de maio, professores de Língua Portuguesa e alunos da Emef Nossa Senhora da Glória, de Sinimbu, vêm se envolvendo na realização de oficinas, tornando a escrita e reescrita de textos uma atividade constante em sala de aula. Durante as aulas de Língua Portuguesa, o gênero correspondente a cada série foi trabalhado com intensidade e resultou na produção de inúmeros textos marcantes e criativos.
Dentro desta proposta, o 7º ano “A” da Emef Nossa Senhora da Glória, sob coordenação da professora de Língua Portuguesa Valmi Vileda Henn, realizou um trabalho sério e comprometido sobre o gênero Memórias Literárias, envolvendo todos os 31 alunos da turma.
O interessante no trabalho deste gênero textual foi o resgate de histórias de pessoas de mais idade da comunidade, que tiveram oportunidade de contar, através de entrevistas, suas experiências de vida, suas peripécias, suas dificuldades, alegrias. Estes relatos serviram de inspiração para a produção de textos que concorreram, em primeiro lugar, na etapa escolar, onde apenas um texto de cada gênero foi escolhido para seguir para a etapa municipal. O próximo passo foi a escolha para a etapa estadual e, até o momento, chegou-se à etapa regional. Cada uma destas etapas teve uma Comissão Julgadora, responsável em apontar os textos que seguiriam na disputa, sempre observando os critérios exigidos pelo concurso.
Hoje, o que traz imensa alegria para a Comunidade Escolar Nossa Senhora da Glória, é receber a notícia de que o texto escrito pela aluna Larissa Preuss, do 7º ano “A”, está entre os 125 finalistas em todo o Brasil. Até o momento, a aluna Larissa e a professora Valmi já receberam uma medalha e livros. Além disso, uma viagem para São Paulo, no mês de novembro, onde participarão de oficinas de escrita na etapa regional, que escolherá os finalistas do concurso, que serão premiados no mês de dezembro, em Brasília.
Divulgação/RJ
Larissa Preuss e a professora Valmi Vileda Henn: sucesso, mas em busca de novas conquistas
Uma história de vida
Classificada entre os 125 finalistas da Olimpíada da Língua Portuguesa, a aluna Larissa Preuss da Emef Nossa Senhora da Glória entrevistou sua avó, a senhora Érica Preuss, que relatou sua trajetória na escola primária, em Linha Paredão, contando, de forma simples e verdadeira como era estudar naquela época, ressaltando a disciplina, a valorização do professor, o respeito, entre outros valores importantes. Dona Érica está hoje com 84 anos, mora em Sinimbu Baixo, com a família da aluna classificada e vale a pena escutar o que tem para compartilhar com a neta e outros adolescentes e jovens.
A avó de Larissa está muito contente com a conquista da neta e afirma: “fico feliz e muito emocionada em saber que com minha experiência de vida e minhas lembranças do passado, pude contribuir com este trabalho e ainda ver minha neta ser destaque no Brasil todo com o texto que escreveu sobre minhas memórias. Torço muito por ela e parabenizo a professora e a escola pelo trabalho que realizaram com os alunos, valorizando as pessoas de mais idade”. São experiências ricas como estas que trazem de volta valores hoje esquecidos no cotidiano de muitas famílias. Além da escola, o relato da avó de Larissa resgata lembranças do nosso interior, da vida familiar, das comidas, das brincadeiras, do trabalho na roça.
Ao saber da classificação para a etapa estadual, aluna e professora eram só sorrisos. Agora, com mais a notícia da classificação do texto de Larissa como semifinalista do Brasil e com a viagem que a aluna e a professora têm pela frente, só resta torcer para que a energia positiva dos colegas da escola, dos professores, da família, dos amigos e da comunidade sinimbuense, consigam transmitir confiança para a aluna que, com seu esforço e dedicação poderá ser classificada como finalista e, quem sabe, no mês de dezembro, ir para Brasília, participar da última etapa e receber uma merecida premiação.
O que diz a professora Valmi
“Participar da Olimpíada da Língua Portuguesa foi um novo desafio em minha atuação docente, considerando que estive longe da sala de aula por 11 anos. Ainda mais desafiador foi trabalhar o gênero textual Memórias Literárias, pouco conhecido e explorado nas aulas de Língua Portuguesa. Mas, tudo que realizei durante praticamente 3 meses nas oficinas que exploram o material fornecido pela Olimpíada, na turma do 7º ano ‘A’ do Glória, pode ser considerado um trabalho coletivo, onde crescemos juntos, aos poucos, construindo o resultado final passo a passo. Merece destaque o fato de que os 31 alunos da turma se dedicaram com entusiasmo neste trabalho de produção textual.
Este é um trabalho minucioso, pois exige que o professor adote e aplique uma metodologia de ensino que articula, além da produção textual, a leitura, a oralidade, a pesquisa, a reflexão sobre a língua. Para chegar ao final deste processo de escrita, inúmeras reescritas foram necessárias. Portanto, foi um trabalho de incansável persistência, onde os alunos tiveram que ‘revisitar’ seus textos diversas vezes, para que pudessem torná-lo mais literário e contemplar as características deste gênero.
As produções de todos os alunos da turma comprovam que este foi um trabalho realizado de forma séria e comprometida, pois posso dizer que todos agregaram conhecimento linguístico.
A classificação da aluna Larissa como semifinalista de todo o Brasil, é um ‘prêmio’ que vem para nossa escola e também para nosso município para motivar os professores a continuarem sua insubstituível tarefa de fazer a diferença.
O resultado, divulgado às vésperas do Dia do Professor, foi um dos melhores presentes que já tive neste dia, em meus 25 anos de magistério.”
