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O Egito e seus muitos povos

Beduínos do Egito – Divulgação

Quando pensamos no Egito, o primeiro pensamento é sobre os faraós, sacerdotes e toda a magnitude do Egito, e quando pensamos no Egito contemporâneo, pensamos nas cidades repletas de vendedores e seus mercados.

Um dos povos que habitam o Norte do Egito, são os beduínos, que são um povo nômade. Segundo pesquisas, essa cultura surgiu ainda na antiguidade. Os indícios mais antigos dessa cultura datam do Império Antigo do Egito, c. 2670-c. 2195 a. C., e que seu nome é derivado das palavras árabes “al bedu” que significa habitantes das terras abertas, ou “al beit”, povo da tenda.

Foi com a expansão do Islamismo, no século VII, e com as consequentes conquistas árabes subsequentes, que os beduínos se estabeleceram pelos territórios africanos.

Os beduínos vivem em um sistema patriarcal, onde o grupo é comandado por um líder político e/ou espiritual chamado de sheik. Quanto à divisão do trabalho, os homens se dedicam ao comércio, ao pastoreio e à guerra. As mulheres se encarregam da produção artesanal e dos cuidados domésticos, sendo que as várias tribos têm status diferentes: algumas são consideradas nobres, porque teriam importantes ancestrais; outras, sem ancestrais, servem as de maior status, e seus membros trabalham como artesãos, ferreiros, artistas, etc.

Os costumes dos beduínos são baseados em códigos de honra e no sistema tradicional de justiça, a Lei de Talião ou “olho por olho, dente por dente”. Outro fator importante é o aspecto religioso. A maior parte dos beduínos segue a religião islâmica, na qual estão presentes alguns aspectos muito importantes dos costumes desse povo. É fato conhecido a influência dessa cultura na formação religiosa de Maomé, fundador do Islamismo.

O povo beduíno ainda é famoso por sua hospitalidade, crendo que nenhum viajante deva ser ignorado. Isso faz parte do código de sobrevivência do deserto. Todo viajante será muito bem tratado, com a melhor comida que eles têm, mais muito chá e café. O raciocínio é simples: hoje é ele que te oferece algo de beber e comer, para que quando ele passar pelo seu acampamento, ele também tenha o mesmo tratamento. Tal conduta não é apenas um ato de educação, mas o que faz possível que viajantes resistam às longas viagens que fazem num ambiente tão hostil quanto o deserto.