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O transtorno do espectro autista tem cura?

Lavignea Witt

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Foto: Divulgação/RJ.

Por determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2007, em 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data tem como objetivo promover o compartilhamento de informações à população e dizimar o preconceito em torno das pessoas que possuam o transtorno. Desde então, a comunidade autista do Brasil passou a promover ações para que ele ganhe notoriedade.

Popularmente conhecido como autismo, o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que provoca manifestações sociais atípicas em crianças. Segundo Luciana Medina, coordenadora do Movimento Orgulho Autista no Brasil e autora do livro “O Autismo tem Cura?”, os primeiros sintomas do TEA podem ser diversos, dependendo de cada caso. “Os primeiros sinais são o isolamento, não responder quando é chamado, ficar se balançando, não fazer contato visual, se assustar com barulhos, não interagir socialmente, não usar os brinquedos na sua funcionalidade, entre outros”, exemplifica.

Apesar de parecerem simples de serem identificados, Luciana afirma que os sinais do autismo podem ser confundidos com os da surdez, por exemplo. Nesse sentido, é imprescindível que, ao sinal dos primeiros sintomas, o teste clínico seja efetuado o quanto antes para que ocorra o tratamento. “O autismo é identificado com exame clínico, não existe exame laboratorial para isso, é observação. Pode ser constatado por um neurologista ou um psiquiatra infantil, e o psicólogo também pode suspeitar”, afirma Luciana.

Em relação ao tratamento, ela declara que não há cura para o transtorno. “Existem vários tratamentos para o autismo. Pode ser psicanálise, terapia comportamental, aba, teacch e vários outros. O tratamento pode reverter alguns sintomas, mas não existe cura”, sublinha. A coordenadora ainda reiterou que um autismo bem tratado pode resultar em uma criança ou adulto com uma vida normal.

Helena acena com centro municipal de acolhimento

O anúncio foi feito pela Durante a reunião pública na Câmara de Vereadores que marcou, na segunda-feira, 4, a passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo – celebrado anualmente em 2 de abril –, a prefeita Helena Hermany (Progressistas) anunciou que Santa Cruz do Sul deve contar, ainda neste ano, com um centro municipal de atendimento a pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). Ela lembrou de quando, ainda nos anos 1990, trabalhou para a criação do Centro Ocupacional de Deficientes (Codesc), hoje transformado no Centro-Dia, sensibilizada pela situação em que encontrou muitas pessoas com necessidades especiais.

A mobilização de Helena em torno da questão seguiu e, durante sua gestão à frente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), ocorreu a confirmação da implantação do Centro Regional de Referência ao Autismo, em convênio com o governo do Estado. Conforme Helena, o local irá dispor de espaço e profissionais habilitados para atendimento aos portadores de autismo.

A prefeita salientou a importância de continuar a promover iniciativas que contribuam para a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com TEA e portadores de deficiência. Helena anunciou a intenção do município em construir um centro de acolhimento municipal, na área recuperada onde ficava a Escola Normal Rural Murilo Braga de Carvalho. “Estamos trabalhando neste sentido. Queremos desenvolver um trabalho com as pessoas e suas famílias”, defendeu.

Helena enfatizou ainda a necessidade de aprimorar o acolhimento aos autistas e seus familiares. “Isso será uma prioridade ainda neste ano. Temos que acolher essas pessoas. Está faltando falarmos mais sobre esse assunto e colocar em prática o centro de acolhimento. Nós vamos conseguir”, garantiu.