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Pula fogueira iaiá, pula fogueira ioiô…

O mês das festas juninas nos traz uma energia e uma sintonia sem igual… Bandeiras coloridas, clima de festa e muito alto astral. Comidas típicas: pinhão, pipoca, rapadura, pamonha, canjica, quentão… danças típicas, como a quadrilha e claro, a fogueira não pode faltar. Santo Antônio, proclamado santo casamenteiro tem sua comemoração no dia 13, São João, com a tradicional fogueira, no dia 24 e São Pedro, o portador da chave do céu, e São Paulo, no dia 29. Historiadores retratam que as festas juninas estão diretamente relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa na passagem da primavera para o verão, no popular solstício de verão. Essas festas eram realizadas como forma de afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita, que no hemisfério norte acontece exatamente no mês de junho.

As comemorações desses povos europeus começaram a ser cristianizadas a partir do momento em que o Cristianismo se consolidou como a principal região do continente europeu, foi então que as datas foram incorporadas ao calendário de festividades do catolicismo. Essa foi uma prática comum da Igreja Católica, pois facilitava a crença e a conversão dos pagãos, aliando uma aculturação das festividades, acrescidas de elementos cristãos.

Em tempos remotos, a festividade possuía um forte cunho religioso – conotação essa que foi se perdendo ao longo dos anos, uma vez que é vista como uma festividade meramente popular. Aqui, no Brasil, a evolução da festa junina fez com que ela se associasse a símbolos típicos das zonas rurais. Aliás, o crescimento da festividade aconteceu sobretudo no Nordeste, região que possui as maiores festas, que acontecem na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba. Momento em que são realizadas danças típicas, como já mencionado: as quadrilhas… Músicas típicas, ou a tradição de pular a fogueira que relembram essa época remontam a espiritualidade e a crença em algo maior, algo superior… Uma força que nos move e nos aquece.

Refrões como “pula a fogueira iaiá”, “Cai, cai balão… aqui na minha mão” ou “São João, São João, acende a fogueira do meu coração” tomam parte das festividades e das redes sociais da atualidade… Pensando bem, que essa “fogueira” dos nossos corações possa ser acesa pela verdadeira luz da empatia, da solidariedade, da benevolência e do agradecimento… por estarmos com saúde, apesar das dificuldades e de tantas “fogueiras” que tentamos apagar durante a nossa rotina de desafios e de imprevistos constantes.

Que possamos canalizar e potencializar toda a energia e sintonia que alegram essas festividades e aquecer os nossos corações diante das tomadas de decisões diárias e que possamos sempre entoar a canção “Fagulhas, pontas de agulhas brilham estrelas de São João Babados, xotes e xaxados.

Segura as pontas meu coração. Bombas na guerra, magia… Ninguém matava…

Ninguém morria… Nas trincheiras da alegria o que explodia era o amor…” E, ainda que possamos “driblar” todos os nossos desafios e obstáculos: “Pula a fogueira iaiá, pula a fogueira ioiô…” mas cuidado para não se queimar, heim!