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Santa Cruz contra a Dengue | As notificações de dengue seguem em elevação no município

Apesar do esforço dos setores de combate ao Aedes, as notificações já chegaram a 1375 até ontem

Quintal da Dengue é levado à empresas, escolas e entidades para conscientização
Divulgação/RJ

Clarice Pacheco
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A dengue vem tirando o sono dos gaúchos e, também, dos santa-cruzenses. O Rio Grande do Sul decretou na última terça-feira, 12, situação de emergência em saúde pública, pois o estado tinha chegado à marca de 20 mortes, e hoje já tem 21 mortes pela doença. Em Santa Cruz do Sul um homem de 65 anos foi a segunda morte do estado por dengue, e a primeira da cidade em 2024. Ele faleceu no dia 1º de fevereiro, e tinha doenças pré-existentes.

Obedecendo ao decreto estadual, o setor de endemias vem ampliando as ações de combate desde o aumento do número de casos positivos. De acordo com os dados divulgados ontem, 14, através do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, os indicadores seguem em uma linha ascendente. Na quinta-feira eram 1375 notificações, com 130 positivados, mas tendo ainda 501 aguardando por resultado de exames. A cidade tem também duas pessoas internadas pela doença, no Hospital Santa Cruz. A dengue é causada pelo vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Segundo a supervisora médica de Atenção Básica da secretaria de Saúde, Clauceane Venzke Zell, a dengue é uma doença viral e febril, caracterizada por dor pelo corpo de forte intensidade, dor nas juntas, dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos, acompanhada de febre alta, cansaço, náuseas, vômito, diarreia e lesões de pele, que causam coceira intensa. “A dor costuma ser forte, por isso a dengue é conhecida como doença quebra ossos”, reforça.

Em caso de sintomas, segundo a médica, as pessoas devem procurar um serviço de saúde logo nos primeiros sinais e ingerir muita água, para evitar o agravamento da doença. Clauceane disse, além disso, que é imprescindível que as pessoas evitem usar medicamentos por conta própria, pois só os médicos e exames poderão dizer se é dengue ou outra doença, como covid ou uma gripe forte, e fornecer as orientações necessárias.

Atitudes de prevenção à proliferação do Aedes, como a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências e a eliminação dos objetos com água parada são ações que podem cortar o ciclo de vida das larvas do mosquito. Santa Cruz também vem combatendo a proliferação do Aedes usando biolarvicida através do fumacê e de agentes de endemias que usam aparelhos costais em visitas domiciliares. Segundo a chefe do setor de combate às endemias, Juliana Hofmeister, é importante levar a mensagem de alerta a todos os ambientes. “A responsabilidade do cuidado preventivo é de toda a população. E toda mobilização é fundamental”, afirma.

Também, a Secretaria de Saúde vem realizando práticas com colaboradores de empresas do município. Utilizando o Quintal da Dengue como ferramenta de conscientização, agentes de endemias e agentes comunitárias de saúde visitam os estabelecimentos que solicitam a iniciativa. Também escolas e entidades, como centros de convivências já estão recebendo ações prefentivas. Juliana ainda enfatiza que empresas ou entidades que quiserem receber O Quintal da Dengue podem fazer contato diretamente com o setor de Vigilância e Ações em Saúde, pelo e-mail [email protected].

No cronograma do mês de março ainda terão ações de prevenção na Escola Estadual Petituba, do Bairro Santo Inácio, na ESF Arroio Grande e na Escola Municipal Willy Carlos Fröhlich, de Linha Santa Cruz.

Conheça o ciclo de vida do Aedes aegypti

O ciclo de vida é dividido em quatro etapas: Ovo, larva, pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) e adulto. A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas bordas dos recipientes com água limpa e parada. Dois ou três dias após o contato com o líquido, os ovos viram larvas e dias depois chegam à fase da pupa. Esse ciclo dura cerca de 48 horas e, ao término, se transformam em mosquitos adultos. Os ovos do mosquito são muito resistentes e sobrevivem até por um ano em um local seco. Quando o local recebe água limpa, em meia hora de submersão este ovo pode se desenvolver. O Aedes aegypti leva em média 10 dias para se desenvolver e vive durante 30 dias. Uma única fêmea produz de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e pode ter mais de três ciclos durante sua vida.