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Uma vida dedicada ao teatro

Viviane Scherer Fetzer
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Rodrigo em uma de suas atuações

Inquieto. Dinâmico. Pró-ativo. Com essas três características, Rodrigo Ribeiro define sua vida. Foi com elas que ele conquistou os palcos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Natural de Santa Cruz do Sul, Ribeiro contou sua trajetória para o Riovale Jornal buscando informações nas páginas de jornais guardados em ordem cronológica em um arquivo. 

O ator e diretor de peças de teatro começou a fazer teatro ainda na adolescência nas escolas em que estudou em Santa Cruz do Sul, foram elas Goiás, Luis Schroeder e Murilo Braga. Participava de um grande grupo de teatro da cidade quando, por um acontecimento, se desmotivou e deu uma pausa. Seus pais se separaram e, como Santa Cruz não fazia mais sentido para ele, resolveu ir morar com o pai em Caxias do Sul. Lá, em 1995, não conseguiu ficar parado e acabou montando um grupo de teatro. Aos 16 anos, era notícia no Jornal O Pioneiro com seu grupo de teatro, o Caras e Bocas, um grupo em que muitas pessoas passaram e muitas continuaram. 

Ribeiro foi coordenador da Gincana da Água de Caxias do Sul que o inspirou para criar a peça ‘Manual do Saco’. Em 1999 fez apresentações com o Caras e Bocas por todo o litoral gaúcho e, sempre que podia, voltava a Santa Cruz para mostrar suas produções. Nas idas e vindas para Santa Cruz, encontrou uma colega de escola que era um amor de adolescência e, conversando sobre o que estavam fazendo, ela contou que havia se formado em enfermagem e tinha passado em um concurso no Paraná. Ela convidou Ribeiro para ir junto com ela. Com 22 anos, ele largou tudo no Rio Grande do Sul por um futuro incerto no Paraná ao lado de seu amor da adolescência e futura mãe de sua filha.
 
Chegando ao Paraná, usou seus conhecimentos de teatro a seu favor. Contou sua história para os comerciantes em busca de patrocínio para uma oficina de teatro. Foi fazendo o que mais gosta que conseguiu conquistar tudo o que tinha morando naquele Estado. Ele fazia parceria com as prefeituras em que sua esposa, o amor de adolescência, ia trabalhar. Ela trabalhava como enfermeira e ele atendia as escolas como professor de teatro. Por cinco anos, morou em Palmas, no Paraná, lá foi secretário de Cultura e realizou muitos feitos para o município tornando-o conhecido nacionalmente em um evento em Brasília.

Em Palmas, entrou para o curso de pedagogia e, apesar da inquietude com o modelo e o formato de educação que era passado, persistiu e chegou até o final. Sempre com grupos de teatro ativos e dando oficina de teatro nas escolas. Em 2006 foi selecionado para participar do Festival de Arte da Rede Estudantil do Paraná (Fera), em que 2 mil estudantes passavam uma semana em um local como o Parque da Oktoberfest fazendo atividades culturais orientados por 600 professores de arte. 

Em 2007, mudou-se para Francisco Beltrão, no Paraná, e acabou dando aulas de alfabetização em Rio do Sul, Santa Catarina. Mesmo usando o teatro para alfabetizar, não conseguiu ficar apenas dentro da sala de aula e foi convidado por prefeituras para ser coordenador de teatro. No ano seguinte, com mudanças de sua família para Porto Alegre, Ribeiro acabou deixando o teatro de lado e voltou para o Rio Grande do Sul. No mesmo ano, produziu peças de teatro em Santa Cruz do Sul e Caxias do Sul que foram sucesso de público onde foram apresentadas. “Se eu não tiver mais nada para fazer da minha vida, eu recomeço bem feliz a trabalhar com o teatro, ninguém vai tirar o conhecimento que eu tenho de teatro”, finaliza o ator e diretor.

Voltando ao teatro

Com uma parada de oito anos, Rodrigo Ribeiro está voltando a produzir peças de teatro. Em 2015 formou um grupo com 10 integrantes que participaram de uma oficina. A oficina era paga e, através de conversas com comerciantes de Santa Cruz, fez com que os alunos não tivessem que pagar sua inscrição. Os integrantes são adolescentes do Abrigo Municipal, do bairro Bom Jesus e de algumas escolas. 
O grupo ainda não começou as atividades em 2016, mas fará apresentações da peça “O fedor”, de José Antônio de Souza. “O roteiro está sendo preparado para começarmos o ano com tudo, a peça vai ter como diretora Camila Geesdorf”, conta Ribeiro, empolgado. A oficina aconteceu no final de novembro e ensinou algumas técnicas para os participantes. 

Grupo de teatro criado por Rodrigo no final de 2015 durante oficina realizada na Praça Getúlio Vargas